O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, retoma, nesta terça (23), a agenda comercial do Brasil com a África durante a reunião do Conex (Conselho Consultivo do Setor Privado).
Nos governos anteriores de Lula, o continente teve peso relevante nas transações comerciais e investimentos. A política, no entanto, foi abandonada no governo Jair Bolsonaro.
Em 2007, o Brasil respondia por 7,1% do total comercializado pelo continente. Hoje, sua participação caiu à metade (3,5%). No quesito investimento, houve uma queda de 42%. Em 2014, o estoque [de investimentos] atingiu o pico de US$ 1,8 bilhão e, em 2022, passou para US$ 1 bilhão.
A ideia de Alckmin é aproveitar o potencial da Área de Livre Comércio Continental Africana –um mercado único que chegará a 2030 com 1,7 bilhão de pessoas e US$ 6,7 trilhões em consumo.
Em 2024, a previsão de crescimento do PIB real africano é de 3,2%, acima dos 2,6% registrados em 2023.
Atualmente, a indústria de transformação do Brasil é o principal setor exportador para os países africanos, com 75,9% do total exportado em 2023; enquanto a agropecuária representou 18,1% do total exportado e a indústria extrativa contribuiu com 5,8%.
"Essas relações sofreram um verdadeiro apagão nos últimos anos, pelo recuo do Brasil em termos de presença na África", diz Alckmin.
"O Conex pode exercer uma grande contribuição para ampliarmos a integração Brasil-África e vejo oportunidades convergentes com as missões da Nova Indústria Brasil: segurança alimentar, descarbonização; exportação de produtos de defesa; digitalização de serviços públicos; cooperação comercial na área de saúde, alimentos, têxteis, máquinas e equipamentos, dentre outros."
Com Diego Felix
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