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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Proibidos no Brasil, arcos de pau-brasil para violinos são vendidos no ecommerce

Indústria nacional, que fechou portas devido ao veto pelo uso da madeira, quer providências

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Brasília

A indústria brasileira de arcos de violino, violoncelo e contrabaixo praticamente fechou as portas, em 2018, com a proibição, pelo governo, do uso de pau-brasil, madeira de uma árvore sob risco de extinção, em sua fabricação.

Havia naquela época, cerca de 30 pequenas empresas (chamadas luthierias), a maioria no Espírito Santo, produzindo 8 mil arcos por ano. A produção só era feita com árvores já derrubadas e, mesmo assim, esse grupo plantou mais de 500 mil árvores como forma de garantir o manejo.

Músico toca violino
O uso de pau-brasil na produção de violinos é proibido por lei - Eduardo Knapp - 03.set.19/Folhapress

No entanto, hoje, seis anos após a proibição, é possível comprar arcos de pau-brasil em sites do varejo eletrônico. Os chamados pernambuco wood seguem à venda em sites como AliExpress. Custam, em média, R$ 1.000.

Por isso, a Anafima (Associação Brasileira da Indústria da Música) decidiu pedir a revisão da Cites (Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas) na próxima COP, que ocorre em 2025 em Belém (PA).

A proposta é que o pau-brasil saia do Apêndice 2 (categoria de proteção intermediária) para o Apêndice 1 (o mais rigoroso).

A entidade considera que, só assim, outros países poderão sofrer restrições no comércio dessa madeira que só possui qualidades sonoras quando produzida no Brasil.

Em defesa de sua posição, a Anafima informa ter testemunhado em uma feira na China "uma cena desanimadora": dezenas de estandes vendendo arcos e toras de pau-brasil.

"Testemunhar tal desrespeito flagrante pelas restrições e regulamentações que nos esforçamos para impor no Brasil é profundamente perturbador", disse a Anafima em nota.

"A percepção de que a madeira brasileira está sendo contrabandeada além da China para compradores europeus agrava essa preocupação."

Com Diego Felix

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