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Descrição de chapéu desigualdade educacional

A importância de ações sociais no contexto ESG

Para acelerar desenvolvimento da sociedade, Fundação Dom Cabral prioriza empreendedores populares, organizações sociais e jovens vulneráveis

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Nádia Rampi

Diretora estatutária e líder do Centro Social Cardeal Dom Serafim da Fundação Dom Cabral

A preocupação de empresas e instituições públicas e privadas no mundo em relação a questões ambientais, sociais e de governança tem crescido de maneira expressiva. Essa demanda é representada pela sigla ESG (práticas ambientais, sociais e de governança, em inglês).

No Brasil, esse interesse tem se intensificado. De acordo com reportagens publicadas na imprensa, a busca pelo termo ESG no país triplicou nos últimos 12 meses e somos uma das 25 nações que mais pesquisaram sobre a temática no período, segundo levantamento do Google Trends.

Fila para distribuição de alimentos organizada pela Central Única das Favelas em Heliópolis (SP)
Fila para distribuição de alimentos organizada pela Central Única das Favelas em Heliópolis (SP) - Danilo Verpa/Folhapress

A pauta ESG se consolida como caminho que as empresas têm escolhido para gerar valor para os negócios e stakeholders. Há uma crise global humanitária em curso que traz impactos para todos os cenários e, nesse sentido, questões sociais se impõem e é tarefa do conjunto do tecido social priorizar e realizar ações que promovam o bem-estar social.

Na Fundação Dom Cabral (FDC), a preocupação com o tema é crescente, especialmente em relação às questões sociais, que representam o foco da atuação do Centro Social Cardeal Dom Serafim, criado em 2020.

O Centro acredita que as ações sociais têm amplo potencial para acelerar o desenvolvimento da sociedade brasileira e vem priorizando projetos que gerem impacto em seus três segmentos de atuação –empreendedores populares, organizações sociais e jovens em situação de vulnerabilidade– com o desenvolvimento de iniciativas que promovam capacitação, autonomia, dignidade e prosperidade por meio da educação.

Entendemos que, pensando em resultados de longo prazo, é preciso priorizar a educação. Esta foi a escolha da FDC há mais de 45 anos. Do ponto de vista coletivo, a educação é o elemento que possibilita a uma nação se desenvolver.

E, nesse quesito, o Brasil caminha muito mal. Segundo dados de pesquisa realizada pelo Unicef e Cenpec Educação, em 2020, mais de dois milhões de crianças com idade entre 6 e 10 anos não tiveram acesso à educação no país. No total, mais de cinco milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso a esse direito fundamental.

Pesquisas comprovam que a dificuldade no acesso à educação gera desigualdade. Segundo a Oxfam Brasil, se há barreiras no acesso à educação, há aumento do desemprego e da discriminação. E sem ensino de qualidade, torna-se muito mais difícil a inserção no mercado de trabalho.

Não há dúvidas sobre o papel da educação e nem em relação às ações sociais que estão diretamente relacionadas às iniciativas de responsabilidade social das empresas e ao impacto delas em prol das comunidades e da sociedade.

A FDC vem ampliando seu olhar de atuação, até então focado na educação de executivos e de lideranças empresariais, e estendendo sua visão para propostas de soluções de problemas sociais, atuando para contribuir com uma crescente e irreversível mudança de postura das lideranças e de apoio às iniciativas nesse âmbito.

Temos a convicção de que contribuições para a solução de questões sociais devem fazer parte da estratégia de negócio de empresas, que não devem se restringir à geração de lucro, renda e emprego, mas também se inserir no incentivo ao bem-estar social.

Nesse contexto, a experiência da governança colaborativa é proveitosa. O conceito refere-se, em linhas gerais, a um modelo que considera a organização conjunta, envolvendo vários atores, como a empresa e a sociedade civil, para buscar soluções para problemas desafiadores, como os que temos enfrentado.

Para finalizar, considerando-se o desafiador cenário da pandemia, cabem algumas indagações: o que aprendemos nesse tempo? Como seria se as empresas se associassem à sociedade civil e se articulassem com os governos para priorizar a educação?

Como seria se tivéssemos uma vigorosa mobilização para impulsionar iniciativas de lideranças sociais comprometidas com o progresso social? Afinal, não temos tempo a perder.

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