Crescemos com aquela versão romântica de que a Amazônia é o pulmão do mundo. Na verdade, se fôssemos usar uma metáfora, o mais adequado seria dizer que ela é um grande chuveiro, por causa dos chamados rios voadores.
Crescemos também com discursos que falam que a floresta em pé atrapalha o progresso. Mas o que está em jogo nessa disputa de narrativa?
As histórias que construímos sobre um lugar ou sobre um povo são relevantes para sua sobrevivência. Ou não. A Amazônia é real, é sim uma peça importante para o equilíbrio climático mundial, mas também é fonte de riqueza e de uma economia dinâmica estando viva.
Enquanto sociedade precisamos estar sempre atentos às leis e decretos que se relacionam a pauta ambiental e indígena. Muitas regras de proteção têm sido violadas e precisamos cobrar nossos representantes, tanto no Executivo quanto no Legislativo, para que não apenas protejam, mas trabalhem com investimento nos territórios.
Em tempos onde a democracia é atacada e as instituições têm sido descredibilizadas, apoiar ativistas, criadores de conteúdo, organizações e veículos de comunicação que denunciam crimes ambientais e humanitários é essencial.
Quanto mais relevância social essas vozes tiverem, mais suas vidas estarão protegidas. Siga, compartilhe e comente.
O artista Fernando Anitelli uma vez disse que "o post é a voz que nos libertará". Não posso dizer que liberta, mas pode ajudar a salvar vidas —ou pelo menos buscar justiça por aqueles que se foram, como no caso Dom e Bruno.
Não fosse Dom um jornalista conhecido, talvez a gente nunca tivesse ouvido falar sobre esses crimes.
A floresta está lá antes das pessoas, mas ela permanece por causa delas, e por isso é tão importante que olhemos para as pessoas da Amazônia.
Ao valorizar sua cultura e arte, trazer oportunidades de ocupação de espaços profissionais e representatividade na grande mídia, ajudamos a desconstruir o mito de que a floresta é um lugar vazio, sem ocupação.
Na verdade, só em território brasileiro vivem cerca de 38 milhões de pessoas na região da Amazônia legal, que compreende nove estados.
É fato que assuntos passam a importar mais quando estão presentes em nossas vidas, por isso falemos sobre o assunto. Quanto mais pessoas estiverem conversando sobre a Amazônia, conhecendo suas múltiplas faces, valorizando sua importância para o mundo, mas protegida ela estará.
Vale lembrar que a forma como consumimos também envia mensagens para aqueles atores que lideram a indústria, por isso ter um consumo consciente é fundamental. E consumo vai desde quais candidatos a empresa X ou Y está apoiando até se sua produção utiliza mão de obra legal ou madeira advinda de desmatamento ilegal.
Foi pensando em tudo isso que nasceu a CreatorsAcademy, que tem como objetivo aumentar a conversa sobre biomas brasileiros, trazendo a pauta ambiental e climática para os almoços de domingo.
Cada um de nós pode ajudar à sua maneira. E eu espero ter ajudado a encontrar possibilidades de se juntar a tantas vozes que hoje buscam cuidar do mundo, que é casa de todos nós.
Fica aqui também um convite para contar para todo mundo que "jogar fora" não existe, tornar a vida simples muda tudo.
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