Papo de Responsa

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O papel essencial do terceiro setor na pandemia

Protagonismo do setor foi evidenciado em áreas como educação, saúde e segurança alimentar

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Nádia Rampi

Líder do FDC - Centro Social Cardeal Dom Serafim e diretora estatutária da FDC

À medida que entramos na fase do pós-pandemia, e a Covid-19 vai, felizmente, sendo dominada pela humanidade, crescem reflexões sobre as formas e os instrumentos utilizados para enfrentar essa crise e lições que podemos tirar desse acontecimento histórico e tão difícil para todos.

Diante da amplitude do tema, destaco o papel essencial do terceiro setor no apoio e na atenção a segmentos fundamentais da sociedade, como educação, saúde e bem-estar.

E não são poucos os exemplos do protagonismo de diversas instituições por meio de ações urgentes diante de cenários inéditos e situações absolutamente imprevisíveis.

Fila para distribuição de alimentos organizada pela Cufa (Central Única das Favelas) em Heliópolis, na zona sul de São Paulo
Fila para distribuição de alimentos organizada pela Cufa (Central Única das Favelas) em Heliópolis, na zona sul de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Ficaram evidentes, a partir da cobertura da imprensa, muitos dos problemas enfrentados e os danos causados pela crise sanitária. Além dos traumas na saúde da população, houve reflexos na educação e efeitos para a saúde mental de estudantes e professores.

Outro grande desafio refere-se à segurança alimentar. Estamos vivendo os maiores reflexos da crescente falta de comida no prato de milhões de brasileiros, como constatado em pesquisas de ampla divulgação.

Apesar de os números serem alarmantes, muitas vezes só temos noção clara do contexto retratado pelos levantamentos quando eles dão origem a reportagens mostrando a dura realidade de diversos brasileiros.

Foi o que vimos recentemente sobre o menino Miguel, de 11 anos, morador de Santa Luzia, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ele ligou para o número 190 pedindo ajuda aos policiais, relatando que ele e os irmãos estavam passando fome e que a mãe, desempregada, não tinha condições de comprar comida. Situações como a de Miguel e sua família dilaceram nosso coração e nos movem no sentido de buscarmos formas para diminuir a fome e a desnutrição.

A partir desses graves problemas é que destacamos o papel das entidades do terceiro setor, por meio de ações emergenciais ou iniciativas mais permanentes de suporte à população e resgate da cidadania.

Entre as diversas entidades que podemos citar está a Central Única das Favelas (Cufa) que, há quase 20 anos, desenvolve projetos de educação, esporte, cultura, cidadania e qualificação profissional em comunidades vulneráveis.

A Cufa promove ações de inclusão social, com prioridade para negros, fortalecendo o empreendedorismo e o desenvolvimento socioeconômico de jovens de cerca de 5.000 favelas de todo o país. Está presente nos 27 estados brasileiros, e tem escritório em Nova York e em países da América Latina.

Um exemplo de muita determinação da Cufa foi a realização da Expo Favela, que teve o FDC - Centro Social Cardeal Dom Serafim como um dos parceiros em atividades de educação.

O evento simbolizou o encontro de dois grupos que não se relacionam costumeiramente –a favela e o asfalto– e representou um espaço para realização de negócios, com a presença de empreendedores de diversas frentes, inclusive de startups das comunidades.

Também acaba de ser oficializada uma parceria entre a Fundação Dom Cabral, a Cufa e a Favela Fundos para a criação da Escola de Negócios da Favela, iniciativa pioneira no Brasil e que irá reunir jornadas de desenvolvimento para empreendedores de favelas de todo o país.

Estes são alguns exemplos de ações que representam avanços coletivos na luta pela inclusão social e pela valorização da diversidade em nossa sociedade.

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