Pedro Hallal

É epidemiologista, professor da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas e coordenador do Epicovid-19, o maior estudo epidemiológico sobre coronavírus no Brasil.

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Estudo com 9 milhões de pessoas confirma efetividade das vacinas contra Covid-19

Para pesquisas é preciso financiamento e o Brasil cortou 90% do orçamento da ciência

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A cada dia surgem novas evidências sobre os efeitos benéficos das vacinas contra a Covid-19. Quanto mais aumenta o número de vacinados no mundo, maior a possibilidade de que os cientistas, de todos os países, analisem os efeitos da vacinação.

O dado mais recente é de um estudo realizado com quase 9 milhões de pessoas em Nova York. O estudo colocou uma lupa no período após a chegada da variante Delta, exatamente para confirmar se as vacinas mantiveram sua efetividade mesmo após o surgimento da variante.

Enfermeira prepara dose da Coronavac no HC de Campinas
Enfermeira prepara dose da Coronavac no HC de Campinas - Eduardo Anizelli/Folhapress

O primeiro resultado mostrou que o risco de contrair Covid-19 foi muito menor nos vacinados do que nos não vacinados. Ou seja, a vacina diminuiu muito o risco de infecção por Covid-19. No entanto, os resultados são ainda mais evidentes quando se analisa as hospitalizações. Os vacinados possuem chance muito menor de precisarem de um hospital em comparação aos não vacinados. E todos sabemos que, infelizmente, alguns hospitalizados acabam indo a óbito.

Em outras palavras, a melhor maneira de evitar a morte por Covid-19 é se vacinar. O mais interessante é que esse é apenas um de muitos estudos recentes confirmando o quanto as vacinas já salvaram de vidas ao redor do mundo. Mesmo assim, ainda há quem dissemine informações falsas sobre a efetividade e a segurança das vacinas.

Esse e outros resultados oriundos de pesquisas científicas têm sido amplamente divulgados e têm chegado na casa da população, seja no Brasil ou no mundo. Mas há algo muito importante que também precisa ser dito: realizar pesquisas científicas exige investimentos. E infelizmente, durante a semana que passou, a ciência brasileira sofreu um duro golpe: um corte de mais de 90% no orçamento da ciência e tecnologia no país.

Como os pesquisadores brasileiros seguirão produzindo conhecimento sem investimento? É muito importante que a população esteja atenta, pois a valorização da ciência não pode ser feita apenas durante a pandemia, mas sim continuamente. A ciência brasileira está sangrando, e se o sangue não for estancado rapidamente, a perda será irreparável.

A coluna de hoje serve como apelo a todos os políticos, mas especialmente a toda a população brasileira. Basta! Nos ajudem a salvar a ciência brasileira antes que seja tarde demais.

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