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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Boas novas e muitos contrastes no Paulista

Maior novidade da fase de grupos foi o público; taticamente, o grande contraste está entre as duas melhores campanhas

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A maior novidade da fase de grupos do Paulista foi o público. Corinthians e São Paulo fecharam com 40 mil de média, o Palmeiras com 37 mil. Isso representa 57% de aumento no Morumbi, 47% na Neo Química Arena, 36% no Allianz Parque.

Não é surpreendente a ausência de um grande na fase final, porque este é o 23º estadual do século e só cinco vezes os quatro gigantes terminaram nas quatro primeiras posições.

Rodrigo Nestor, do São Paulo, comemora gol em partida contra o São Bernardo
Rodrigo Nestor, do São Paulo, comemora gol em partida contra o São Bernardo - Rodrigo Corsi/Ag. Paulistão

Do ponto de vista tático, foco desta prancheta, o contraste está entre os dois melhores times da fase de grupos. O Palmeiras de Abel Ferreira avança cinco homens na última linha do adversário. Como inverteu os papéis dos laterais, Piquerez faz saída de três e Marcos Rocha é o construtor. Chegam ao ataque Giovani, Gabriel Menino, Rony, Raphael Veiga e Dudu.

Com Endrick, Rony dá largura ao campo pela direita, em vez de Giovani. Endrick fica como centroavante.

Palmeiras com cinco na linha de ataque
Palmeiras com cinco na linha de ataque - Folhapress

O São Bernardo faz o oposto. Joga no 3-4-2-1 quando tem a bola, mas recua seus meias e alas ao se defender e o sistema se transforma num 5-4-1. Exatamente como Antonio Conte faz no Tottenham e fazia na campanha do título inglês de 2017, o último do Chelsea.

Empurrar cinco jogadores para atacar não é novo. Guardiola faz isso no Manchester City, Vítor Pereira tentou no Flamengo contra o Independiente del Valle. A diferença está em quem treinou e quem não teve tempo para isso. O rubro-negro fracassou na final da Recopa desta maneira.

São Bernardo com cinco na linha de defesa
São Bernardo com cinco na linha de defesa - Folhapress

O Palmeiras, normalmente, abre espaço jogando assim.

Quase sempre, porque a partida de Campinas, contra o Guarani, foi duríssima. O Guarani explorou a dificuldade defensiva de Piquerez e atacou com Bruno José, no primeiro tempo.

Nada se cria, tudo se copia.

O São Paulo repõe a perda de Calleri, por lesão, com Galoppo como falso centroavante.

Todos os técnicos assistem futebol no mundo todo, sejam brasileiros, portugueses, argentinos ou alemães. A diferença é onde há treino ou apenas a ideia. A Inglaterra amanheceu o domingo discutindo se Jürgen Klopp conseguiria iniciar mais um ciclo vencedor no Liverpool. Está há sete anos em Anfield, tempo exato em que ficou no comando do Mainz e do Borussia Dortmund antes de deixar os times.

A crise dos sete anos deu uma trégua com a maior goleada da história do grande clássico inglês, Liverpool 7 x 0 Manchester United. Lembre-se de que dez dias atrás houve Liverpool 2 x 5 Real Madrid.

Klopp já falou, na Inglaterra, sobre os erros que conhece das demissões contínuas no Brasil. Só para lembrar...

Hoje, a tentação será de Andrés Rueda, presidente do Santos, que já teve seis técnicos em dois anos e será convidado pela torcida a trocar mais um. Não pode!

O primeiro escolhido pelo atual presidente foi Ariel Holan. O segundo, Fernando Diniz.

Deu no New York Times! Diniz esteve nas linhas do maior jornal dos Estados Unidos, num texto do colunista Rory Smith, elogiado por seu inovador sistema ofensivo.

O Fluminense está na Libertadores e nas finais do Rio. O Santos não se classifica para as finais do Paulista pelo terceiro ano seguido. Nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Um time troca de técnico porque não vence ou não vence porque não dá tempo ao técnico? Se não quiser perguntar a Jürgen Klopp, pergunte a Abel Ferreira.

Pressão

Jürgen Klopp começa sua tentativa de novo trabalho com o holandês Gapko numa função diferente. Ora é meia, quase formando um losango de meio-de-campo. Ora atacante, pouco atrás de Salah e Darwin Nuñez. A base do time nos 7 x 0 não é nova: pressão. Não existe futebol atual sem recuperar a bola.

Saia justa

O Palmeiras mandou o clássico contra o Santos no Morumbi e tem acordo para dar contrapartida ao São Paulo. O duelo das quartas de final, São Paulo x Água Santa, pode ser no Allianz Parque na segunda-feira. Há receio dos comerciantes da rua Palestra Itália. Tem de prevalecer o espírito esportivo.

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