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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O clássico de quem se conformou com pouco

Corinthians conforma-se com manter tabu sem derrotas para o São Paulo na Neo Química

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Vanderlei Luxemburgo chegou à Neo Química Arena falando sobre todo o trabalho dos últimos dias para reconstruir o Corinthians. Só tocou em aspectos de relacionamento. Nos velhos tempos em que foi o melhor técnico do país, Luxemburgo mexia na parte tática. Mesmo com palestras motivacionais, como quando deu uma fralda ao zagueiro Gladstone, do Cruzeiro.

Nos seus sucessos, o valor era estratégico, não motivacional.

O Corinthians começou bem, com problemas de marcação, porque Fausto Vera encostava em Luciano e não havia quem acompanhasse Michel Araújo, quando saída da ponta esquerda para dentro.

Também por um velho dilema: Roger Guedes não marca ninguém.

Luciano e Fausto Vera disputa a bola durante clássico entre Corinthians e São Paulo
Luciano e Fausto Vera disputa a bola durante clássico entre Corinthians e São Paulo - Carla Carniel/Reuters

Razão pela qual Rafinha fez a ultrapassagem para receber o passe de Wellington Rato e servir Michel Araújo, sem ninguém a incomodá-lo na jogada do primeiro gol. Gil falhou.

Não mudou durante todo o primeiro tempo, nem mesmo quando Wesley foi para o lado esquerdo, para sofrer o pênalti. A intenção de Luxemburgo, com a inversão de Roger Guedes, para a direita, Wesley para a esquerda, era forçar o segundo amarelo de Caio Paulista. Acabou alcançando a jogada do pênalti do menino Wesley.

Roger Guedes empatou.

Escalar um novo menino, como se fosse um trabalho autoral, é a cara de Luxemburgo, também. Wesley estreou no ano passado, contra a Portuguesa-RJ, pela Copa do Brasil, com informações de que tinha drible e gols. Luxemburgo não inventou nada. Recolheu informações, o que é ponto positivo para um treinador.

Nada como no tempo em que parte da imprensa derretia-se dizendo que Vanderlei tinha dado nó tático no São Paulo, como se disse depois do primeiro jogo das finais do estadual de 1998. No segundo jogo, Raí voltou da França, destruiu o Corinthians e não se falou mais nem num lacinho.

Desta vez, está mais difícil trabalhar no Parque São Jorge, do que era 25 anos atrás. Mesmo com mais estrutura, a pressão gerada pela chegada e saída de Cuca desmontou o ambiente. Luxemburgo precisa de um misto de revitalização de ânimo e de sistema tático.

Dorival Júnior mexeu também no ambiente do vestiário. Entendia-se que o excesso de críticas tirava confiança. Defensivamente, o São Paulo melhorou. Em sete partidas, só dois gols sofridos, um de fora da área, do Coritiba, outro de pênalti, de Roger Guedes.

Editoria de Arte/Folhapress

Beraldo foi o melhor em campo. Dorival Júnior defende com posse de bola 61%, mas com um mísero chute no alvo, o gol de Michel Araújo.

Falta mais profundidade ao São Paulo, defeito refletido pelos oito gols em sete partidas desde a mudança de comando técnico. O Tricolor está mais forte, mais confiante, só que parece mais propenso às disputas das Copas do que do Brasileiro.

Pelo menos por enquanto.

Editoria de Arte/Folhapress

O Corinthians rejuvenesceu e escalou só quatro jogadores acima dos 31 anos, Cássio, Fágner, Gil e Giuliano. Ter três deles no sistema defensivo dificulta marcar no campo de ataque. Tudo vai explodir nos zagueiros lentos.

Resta, por enquanto, explorar os contra-ataques, nas partidas mais difíceis, como o clássico contra o São Paulo. O Corinthians conforma-se com pouco. Esperar o final do jogo, sem sofrer mais uma derrota. Manter o tabu, com 17 partidas sem derrotas contra o rival na Neo Química e quatro empates seguidos, nas últimas quatro visitas são-paulinas.

MELHOROU

Diretor-executivo do Bragantino, Thiago Scuro trocará Bragança por Monte Carlo, em julho. Sai do Brasil com uma certeza: "O Campeonato Brasileiro melhorou, mas para ficar ainda melhor, só mexendo no calendário." As atuações abaixo do que podem, de Palmeiras e Fluminense nesta rodada, confirmam isso.

MENTIRAS, NÃO

É de se prestar atenção à escalação do Flamengo contra o Fluminense, para entender se Sampaoli falou a verdade ou se mentiu ao dizer que trocou cinco jogadores ao mesmo tempo porque todos estavam lesionados. Improvável. Mais justo dizer que preservou a equipe para a Copa do Brasil.

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