Já vai tarde a proposta que cria as escolas cívico-militares em São Paulo, suspensa nesta quarta-feira (7) pelo desembargador relator do caso no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Embora seja uma decisão temporária, esta deve paralisar o avanço do modelo obscurantista até que o Supremo Tribunal Federal decida, em definitivo, a respeito da constitucionalidade da medida (spoiler: é inconstitucional por invadir competência federal e violar diretrizes nacionais).
Ao STF, o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que as escolas cívico-militares promovem direitos humanos —só se forem os direitos humanos dos policiais militares da reserva empregados no modelo, que abocanharão até R$ 9.000 mensais do orçamento da educação. Tal qual um Nicolás Maduro da educação, Tarcísio joga migalhas para agentes fardados para esconder a incompetência de sua própria gestão.
Na ausência de políticas efetivas, a gestão estadual finge promover segurança ao colocar PMs da reserva para punir e vigiar escolas e lecionar (sic) atividades extracurriculares. O governador não liga para os policiais sob seu comando: em seu primeiro ano de gestão, entregou recorde de suicídio de PMs. Tarcísio tampouco liga para a segurança dos alunos e professores: colocar policiais da reserva despreparados para prover segurança em escolas as torna mais inseguras.
O que funciona, portanto? Policiamento comunitário no entorno das unidades, com participação de pais e professores; inteligência policial para controle de uso e acesso a armas de fogo e outros meios de ataques aos colégios; fortalecimento de redes de apoio psicossocial; promoção junto à comunidade escolar da cultura de paz; incentivo ao lazer, entre outras medidas.
Na terça-feira (6), uma das escolas estaduais silenciou professores críticos ao projeto, provando que o que está em jogo não é apenas a presença de PMs da reserva, mas um modelo ditatorial de educação.
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