Estava de férias na Europa e tentei comprar ingressos, pelos sites oficiais dos clubes, para ver uma das partidas entre Real Madrid e Bayern, pela Liga dos Campeões, mas não consegui. Assisti às duas partidas pela televisão.
A máfia dos cambistas, em todo o mundo, fica com um número enorme de ingressos, para vendê-los por exorbitantes preços.
Os dois jogos foram excelentes, pela velocidade, intensidade, emoção, gols e pela técnica individual e coletiva. O futebol das grandes equipes evoluiu muito nos últimos anos, embora o Real Madrid tenha jogado muito menos que o habitual.
Cristiano Ronaldo não fez gols e jogou mal as duas partidas. O Bayern teve muitas chances de ganhar o segundo confronto e chegar à final, mas os dois experientes e famosos atacantes Robert Lewandowski e Thomas Müller atuaram mal.
Cheguei na quarta-feira à tarde, a tempo de assistir aos jogos pela Copa do Brasil e pela Libertadores, apesar do intenso sono, por causa da diferença de fuso horário.
O Corinthians precisa perder a ilusão de que pode atuar bem várias vezes seguidas com dois meias avançados, sem centroavante.
Outra ilusão é acreditar que o veterano Emerson, glamourizado durante a carreira pela fama de esperto e de malandro, possa ainda ser importante para o time.
Apesar do empate em casa, por 0 a 0, contra a Chapecoense, que armou uma boa retranca, o Atlético-MG teve uma atuação melhor das que tinha antes de eu sair de férias, embora não tenha jogado tanto para receber tantos elogios durante a transmissão da partida.
Como existem muitas reclamações contra alguns programas esportivos nacionais, que dariam mais prestígio e espaço aos times de Rio e São Paulo, alguns narradores e comentaristas, para agradar torcedores de outros estados, excedem nos elogios.
Muitos que assistem às partidas não querem apenas torcer. Querem também entender os detalhes técnicos e táticos e escutar comentários isentos e sem oba-oba.
Outra crítica frequente aos jornalistas esportivos é a que eles mudam demais de opinião a cada semana. Os analistas se justificam porque o que é certo em uma semana pode estar errado na outra, o que é lógico.
Por outro lado, os torcedores críticos têm razão quando os comentaristas mudam rapidamente de conceitos, que deveriam ser mais duradouros, para agradar a maioria ou por falta de conhecimento.
O Cruzeiro goleou o Vasco por 4 a 0. Assim como Fábio Carille deveria esquecer a formação com dois meias avançados e sem centroavante, Mano Menezes deveria desistir da escalação com Thiago Neves e Arrascaeta mais avançados, pelo centro, também sem centroavante, ou mesmo com Sóbis, e investir mais em Sassá.
Ele é veloz, tem muita força física, finaliza bem e se infiltra, com frequência, para receber a bola à frente. Pena que seja irregular e desintegrado da vida de atleta.
Talvez tenha faltado a Sassá mais orientação nas categorias de base ou um tratamento com o analista de Bagé, personagem de Luís Fernando Veríssimo, com a sua técnica do joelhaço.
Os técnicos evoluíram muito, no uso da informação, dos treinamentos, das estatísticas e das estratégias de jogo, mas desenvolveram pouco a capacidade de observar os detalhes objetivos, subjetivos e emocionais. Enxergam muito mais a forma que o conteúdo.
A beleza, o saber, o sabor, o recheio e a doçura do mel estão muito mais dentro do que fora.
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