Durante o Mundial de 2018, Marcelo se contundiu e foi muito bem substituído por Filipe Luís. Contra a Bélgica, Tite ficou em dúvida e escalou Marcelo. A Bélgica explorou, com o centroavante Lukaku, os avanços do lateral, o que fez Tite deslocar Miranda para o lado. Isso deixou um enorme espaço pelo meio, por onde De Bruyne aproveitou e fez o segundo gol, o da eliminação do Brasil.
Marcelo nunca mais foi chamado, apesar de ser mais jovem que Filipe Luís. Imagino que Tite tenha se arrependido de o ter escalado contra a Bélgica. O Brasil tinha o melhor trio ofensivo do mundo pela esquerda, formado por Marcelo, Neymar e Coutinho, e, ao mesmo tempo, uma grande deficiência na marcação por esse setor, já que nem Coutinho nem Neymar voltavam para ajudar Marcelo.
Antes do Mundial, Tite lamentou que não teve tempo para experimentar Marcelo no meio-campo. Depois da Copa, poderia fazer isso e não fez. Marcelo seria opção de meio-campista, pela esquerda, como joga Daniel Alves, pela direita, no São Paulo; de ala, no esquema com três zagueiros; ou como um meia aberto, em uma linha de quatro no meio-campo.
Outro problema na Copa, ainda não resolvido por Tite, é o posicionamento de Coutinho. No Mundial, ele era um terceiro no meio-campo, junto com Paulinho e Casemiro. Após a Copa, Coutinho tem atuado mais avançado, centralizado, à frente dos dois volantes (Casemiro e Arthur). Ele continua alternando bons e maus momentos. É habilidoso, tem um bom passe, uma ótima finalização, mas não participa da marcação e, com frequência, fica sem espaços, encaixotado entre as linhas do meio-campo e da defesa do adversário.
A presença de Filipe Luís ou de Alex Sandro no lugar de Marcelo melhora a marcação, mas, se não houver a ajuda de Coutinho e/ou Neymar, pela esquerda, o setor continuará, defensivamente, frágil.
Torci para que Neymar fosse para o Barcelona, onde ele poderia brilhar mais e de onde não deveria ter saído. Quem nunca tomou uma decisão errada na vida? Ele descobriu que não pode tudo. Neymar terá de aprender a gostar de jogar no PSG.
Por causa de seu comportamento brega e inconsequente fora de campo e de suas simulações e de gestos teatrais no gramado, querem transformá-lo também em um profissional que não se dedica e que só quer regalias, o que é desmentido por todos os que trabalham com ele.
Neymar teve contusões graves, que o impossibilitaram de estar presente ou nas melhores condições em momentos decisivos de sua carreira. Se não fosse isso e o fato de ter jogado na mesma época de Messi e de Cristiano Ronaldo, ele já teria sido escolhido o melhor do mundo. Vi, na íntegra, quase todos os jogos de Neymar, nos clubes e na seleção, e, quase sempre, ele foi excepcional.
Muitas coisas ainda vão acontecer com Neymar e com a seleção até o Mundial. O tempo ensina e mostra os equívocos de todos nós, analistas, treinadores e comissões técnicas.
Copa do Brasil
O Inter, com a vantagem de um gol sobre o Cruzeiro e por jogar em casa, e o Grêmio, com a vantagem de dois gols sobre o Athletico-PR, são os favoritos para fazer a final. Mas nada está decidido.
Com a exceção do jogo contra o Santos, quando teve um a mais, o Cruzeiro continua no estilo de Mano Menezes, que, muitas vezes, dá certo. Quando perde a bola, recua e forma duas linhas de quatro. Quando a recupera, está muito longe do outro gol. Ainda não apareceu o futebol intenso, agressivo e ofensivo, que deseja Rogério Ceni.
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