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Daniel Alves chega ao São Paulo após ápice técnico na seleção

Veterano correspondeu à confiança de Tite e liderou Brasil na Copa América

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São Paulo

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As críticas dirigidas a Tite antes da Copa América eram ligadas sobretudo à alta média de idade da seleção brasileira. Ao fim da disputa, o jogador mais velho do time estava com duas taças na mão.

Daniel Alves, 36, foi o capitão na conquista e o responsável por levantar o troféu no Maracanã, após uma vitória por 3 a 1 sobre o Peru. O lateral direito recebeu também o prêmio de melhor atleta da competição e mostrou força na tentativa de disputar a Copa do Mundo do Qatar, em 2022.

“Com fé, as coisas se encaixam”, disse o baiano, anunciado como reforço pelo São Paulo na última quinta-feira (1o). Ele já tinha acumulado 109 jogos pelo Brasil, disputado duas edições da Copa do Mundo e vencido a própria Copa América em 2007, mas ainda não tinha realizado um campeonato tão bom com a seleção.

O capitão Daniel Alves levanta a Copa América conquistada pela seleção brasileira - Gustavo Serebrenick - 7.jul.19/Ag. O Globo

Na disputa sul-americana de 2019, o atleta mostrou por que era o homem de confiança do chefe. Tite já gostaria de tê-lo como capitão na Copa do Mundo de 2018, mas uma grave contusão no joelho o impediu de ir à Rússia. A faixa, que tinha sido colocada em Neymar, acabou em seu braço após atos de indisciplina do camisa 10.

Bem próximo daquele de quem a braçadeira foi tirada, o que facilitou a passagem, Daniel Alves é visto pelo treinador da seleção como um líder muito positivo. Sua capacidade com a bola também é bastante elogiada pelo treinador, motivo pelo qual a possibilidade de vê-lo em uma Copa com 39 anos não chega a ser remota.

“Primeiro, o Dani tem uma capacidade mental de superação. Segundo, capacidade física. Tudo aliado à qualidade técnica que ele demonstrou. O Dani é do bem. E que bom lidar com atletas que têm essa característica”, disse Tite.

Ser “do bem” não o afasta de polêmicas. Na Copa América, ele chamou a atenção ao reclamar do comportamento da torcida em São Paulo. Depois, apresentou-se como uma mistura entre “a raça do Cafu e a qualidade do Jorginho”, citando os dois últimos jogadores de sua posição que conquistaram a Copa do Mundo pelo Brasil.

Houve quem censurasse a elogiosa autoavaliação, mas os próprios ex-atletas citados aprovaram a declaração, feita ainda durante uma primeira fase na qual a seleção recebia críticas. Daniel bancou a própria confiança liderando a equipe ao título e apresentando um jogo eficiente: seguro na marcação, apontada como seu ponto fraco, e criativo no ataque.

Sua grande atuação foi na vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, na semifinal, no Mineirão, onde brilhou mais do que o amigo Messi, seu companheiro nos tempos de Barcelona. O caminho se abriu para o triunfo do Brasil em uma jogada na qual o baiano desmontou a defesa alviceleste com um chapéu e outro drible desconcertante.

Messi jogou bem, mas Daniel Alves teve desempenho ainda melhor na semifinal - Xin Yuewei - 2.jul.19/Xinhua

Essa boa forma só pôde ser exibida com a ajuda do Paris Saint-Germain, seu clube nas duas últimas temporadas. Depois de voltar a jogar no fim de 2018, recuperado da cirurgia no joelho direito, Daniel Alves transformou o primeiro semestre de 2019 no time francês em uma espécie de preparação para a Copa América.

Ele pediu ao técnico Thomas Tuchel para atuar o máximo possível e jogou 32 de 37 partidas no PSG após seu retorno. O preparador físico Ricardo Rosa trabalha na equipe francesa e também na seleção, outro fator que contribuiu para que o atleta pudesse se apresentar em alto nível. Um nível que os são-paulinos esperam ver em vermelho, preto e branco a partir de agora.

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