O Flamengo não foi tão intenso, não pressionou e recuperou rapidamente a bola, deixou o Al-Hilal trocar passes, fazer um gol e criar outras chances, mas, no segundo tempo, melhorou e mostrou sua superioridade, além de aproveitar os enormes espaços deixados pelo adversário, um time que trata bem a bola, mas deixa demais a outra equipe jogar.
Nesta quarta (18), o Liverpool enfrenta o Monterrey e, se ganhar, joga a final de sábado contra o Flamengo. Klopp já disse que, melhor do que um clássico e bom meia de ligação é desarmar no campo do adversário e chegar rapidamente ao gol, com passes nas costas dos defensores, para os velozes Salah e Mané. É o que o time inglês vai tentar fazer contra os adiantados zagueiros do Flamengo. É possível o Flamengo melhorar a estratégia defensiva, sem alterar o seu habitual jogo ofensivo?
O Liverpool, em várias partidas, tem mudado o desenho tático. Em vez de três na frente e três no meio-campo, a equipe tem atuado com um meia aberto pela direita (geralmente, Shaqiri), Salah de centroavante e Firmino como um clássico meia de ligação. Quando a equipe perde a bola e não dá para pressionar, marca com quatro no meio-campo (dois volantes, um meia pela direita e Mané, que volta pela esquerda).
Como disse Filipe Luís, o Liverpool é superior, mas, em um jogo, o Flamengo tem boas chances de vencer. Nesta quarta tem também o maior clássico do mundo, entre Barcelona e Real Madrid. O Santos de Pelé contra o Botafogo de Garrincha era tão bom quanto. Eu vi.
Um técnico como os outros
A contratação de Luxemburgo pelo Palmeiras tem muito mais a ver com o sucesso que teve no passado do que com o bom trabalho no Vasco. Outros times de nível técnico igual ao do Vasco, como Botafogo e Fluminense, também se livraram do rebaixamento, dirigidos por modestos treinadores.
O hábito da repetição é uma tendência do ser humano, de achar que tudo o que um dia deu certo pode ser replicado, mesmo que os avanços da ciência e a realidade demonstrem que as coisas não sejam mais como antes.
Como no Brasil os técnicos são endeusados nas vitórias e massacrados nas derrotas, tenho a impressão que Luxemburgo, em seus melhores momentos, foi um excepcional treinador, mas não o maior estrategista e o maior técnico da história do futebol brasileiro, como gostam de dizer seus admiradores e bajuladores. No mesmo raciocínio, ele não evoluiu nos últimos tempos, mas não está totalmente ultrapassado nem deveria ter sido tão esquecido pelos clubes. Ele se tornou igual a outros técnicos brasileiros mais prestigiados.
Outra razão para tantas críticas a Luxemburgo foram suas absurdas declarações de que Guardiola é apenas marketing, de que não precisa aprender mais nada e de que as mudanças no futebol são apenas na terminologia. Luxemburgo, sem autocrítica, acreditou nos exagerados elogios de que era o maior estrategista do mundo e dormiu no tempo.
O técnico perdeu também muito da credibilidade pelas críticas e acusações de que tinha relações conflitantes e promíscuas com empresários na indicação de jogadores. Ele nega.
Luxemburgo, como qualquer técnico, pode fazer um bom trabalho no Palmeiras e ganhar títulos, já que o time só é inferior ao Flamengo. Temos de analisar seu trabalho com isenção, sem constrangimentos e sem as referências do passado, com elogios e críticas, sem exageros. Ele é hoje apenas um técnico como os outros.
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