Começou a primavera, com belos ipês nas ruas próximas de onde moro. Renascem as esperanças da chegada da vacina, já que maioria das pessoas chutou o balde.
Nesta quarta (23), o Palmeiras, fora de casa, enfrenta o modesto Guaraní, do Paraguai. O Palmeiras está cada dia mais parecido com o Palmeiras de Felipão. Marca muito atrás e contra-ataca com bolas longas, estocadas isoladas e jogadas aéreas. Na altitude, funcionou muito bem. Como o sistema defensivo é ótimo e o elenco só é inferior, no Brasil, ao Flamengo, o time é um forte candidato a ganhar todos os títulos, como era também com Felipão.
Hoje é dia também de Grenal. As duas equipes possuem problemas ofensivos. O Grêmio, além de perder Everton e o reserva Pepê, tem jogado sem Maicon e Jean Pyerre, dois excelentes meio-campistas. O Inter, como faz o Atlético-MG, pressiona, recupera a bola com facilidade, avança com muitos jogadores, mas não possui as variações de jogadas do Galo nem tem a mesma qualidade individual no ataque.
No Atlético-MG, Sampaoli muda o sistema tático e a escalação de acordo com o adversário. Geralmente, dá certo. Às vezes exagera ou somente ele consegue entender o que deseja. Sampaoli, com suas doidices controladas, deu um rumo ao Galo Doido.
Aposta no futuro
A esperança de Tite é ver o garoto Gabriel Menino se tornar um ótimo lateral-direito, para substituir Daniel Alves na Copa de 2022. Luxemburgo bem que podia colaborar com o técnico da seleção. Faltam outras boas opções. Preocupa-me que Daniel Alves, Marcelo e Thiago Silva, destaques mundiais durante longo tempo, não estejam em boas condições na época do Mundial. Marcelo não tem sido mais convocado, além de ser reserva no Real Madrid.
Como eram certas as convocações para o ataque de Neymar, Gabriel Jesus, Richarlison, Firmino e Everton, faltava um atacante pela direita, mais aberto. Tite apostou novamente no futuro, em Rodrygo.
Tite precisa definir as posições e as funções de Coutinho e de Neymar, dificuldade clara na Copa do Mundo de 2018 e que continua sem solução. Prefiro Neymar como atacante, perto do gol, formando dupla com o centroavante, pelo centro, ou pelo lado, mais avançado, entrando em diagonal, sem precisar voltar para marcar. Não gosto de vê-lo como um meia de ligação, muito atrás, articulador, longe do gol, ainda mais que ele gosta de driblar, mesmo no próprio campo, o que é um perigo se perder a bola.
Gosto também de Coutinho pelo lado, da esquerda para o centro, ou mesmo da direita para o meio, como jogou nas eliminatórias do Mundial de 2018. No meio-campo, tem pouca força para defender e atacar e, quando atua mais à frente, como um meia de ligação, costuma jogar de costas e ser facilmente engolido pelos poucos espaços e pelos marcadores.
Quando critico a dependência dos times brasileiros por um clássico meia de ligação, que jogue entre as linhas, como gostam de dizer, não significa que esse jogador deva ser esquecido, mas é preciso ter muito talento e características técnicas para a função.
Na segunda-feira (21), pelo Campeonato Inglês, Guardiola alterou o sistema tático, e o time, em vez de jogar com um volante e um meia de cada lado, atuou com dois volantes em linha e com De Bruyne como um meia, mais próximo ao centroavante Gabriel Jesus, além de dois jogadores abertos, como costumam atuar os times brasileiros. De Bruyne brilhou do mesmo jeito. Tite continua sonhando com ele e com a Bélgica.
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