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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Diniz possui boas ideias, mas não aprendeu a executar bem o que pretende

Apesar de ter cometido muitos erros, técnico não é o único culpado pelo desempenho ruim

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Inter e Bragantino, dois representantes de maneiras diferentes de jogar, fizeram uma partida equilibrada e de boa qualidade no fim de semana. O Inter, com muita marcação, contra-ataque rápido e jogadas aéreas, e o Bragantino, com muita troca de passes, posse de bola e com a marcação adiantada. Os dois times executam bem suas ideias. Isso é mais importante que o estilo.

Os analistas de arbitragem, baseados na regra, deram ótimas explicações e concordaram com a marcação do pênalti que deu a vitória ao Inter por 2 a 1. A regra é clara, mas, às vezes, é burra. É mais um de tantos pênaltis marcados com a bola batendo no braço do defensor e decidindo uma partida.

Cada treinador com seu estilo. O São Paulo, com o seu, bastante elogiado durante um bom tempo, desmoronou, e o técnico passou a ser execrado. Fernando Diniz cometeu muitos erros, mas não é o único responsável. Todos os jogadores, com exceção do goleiro Tiago Volpi e do lateral Reinaldo, caíram bastante de produção.

Além dos erros técnicos e táticos, um treinador não pode, durante as partidas, ser tão raivoso, transtornado, a ponto de xingar os jogadores.

Fernando Diniz possui boas ideias, mas não aprendeu a executar bem o que pretende nem a mudar a maneira de jogar, de acordo com o adversário e o momento da partida. Utilizar mais de uma estratégia em um mesmo jogo é o caminho, já adotado por muitos grandes treinadores.

Cada técnico tem seu estilo. O Palmeiras, dirigido por Abel Ferreira, discípulo de Mourinho, a quem elogia muito, sabe executar bem o que planeja e mudar o modo de jogar, de acordo com o adversário. O time usa demais a marcação recuada e as bolas longas. Nem sempre dá certo. Como o Bayern de Munique, provável adversário na final do Mundial de Clubes, joga com os zagueiros bastante adiantados, quem sabe uma bola longa resulta em gol?

Sampaoli, Renato Gaúcho, Rogério Ceni e outros treinadores que atuam no Brasil possuem também estilos próprios, com acertos e erros. Duro é suportar a prepotência do técnico do Grêmio nas entrevistas, ainda mais quando o time não vai bem. Demos corda e, agora, temos de aguentar.

O Flamengo, que alternava demais o desempenho, atuou muito bem nos dois últimos jogos. Se continuar assim, fica ainda mais forte na luta pelo título. Diego se reinventou na posição de meio-campista, mais recuado, marcando, organizando e atacando. Nessa função, poderia ter sido ainda melhor na carreira.

Rogério Ceni inverteu, com sucesso, as posições de Arrascaeta e de Bruno Henrique, que passou a jogar mais perto de Gabigol, como em 2019. Arrascaeta e Everton Ribeiro estão atuando mais pelos lados, com liberdade, e voltando para marcar. Gabigol e Bruno Henrique entram em diagonal, da meia direita e da meia esquerda para o centro, para finalizar com a perna dominante ou para um dar o passe para o outro marcar. Com Pedro, que joga do bico de uma área ao outro, Gabigol e Bruno Henrique, quando entram para o meio, encontram o espaço ocupado. Ter Pedro como opção é um luxo de grande qualidade.

Combinar o tempo com o espaço é um dos segredos do futebol. O grande jogador calcula o tempo da velocidade da bola, do adversário, do companheiro e joga a bola no espaço certo. Como ele sabe tudo isso? Sabendo. Existe um saber que antecede ao raciocínio lógico. O jogador sabe, mas não sabe que sabe. Faz.

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