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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Brasil de muitos esportes quebra recordes de medalhas nas Olimpíadas

Já na vacina, estamos em 62º lugar no mundo, muito abaixo de Chile e Uruguai

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Neste domingo (8) terminam as Olimpíadas. Vou sentir saudades. Foi uma boa companhia. Ao ver as partidas de vôlei, lembrei de minha adolescência. Não gostava somente de futebol. Fui campeão de vôlei em um torneio de bairro promovido pelo Sesc.

Era o levantador da equipe, uma função parecida com a que tive no futebol, a de facilitador, de dar o passe para o gol, embora seja ainda o maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 245 gols.

Gostei das transmissões pela TV, especialmente das análises de ex-atletas, que explicavam e ensinavam os detalhes técnicos de cada esporte. Essa deveria ser uma postura mais frequente dos comentaristas de futebol, ex-jogadores ou não.

Para isso, seria necessário usar uma terminologia mais clara, simples e objetiva. Os iniciantes, que querem entender, e não apenas torcer, muitas vezes ficam perdidos, com tantas explicações tecnológicas e modernas, como se essa linguagem fosse um atestado de conhecimento.

Essas Olimpíadas vão ficar na história como as que desmascararam a ilusão, a prepotência, de que os grandes atletas são super-homens, capazes de vencer todas as dificuldades emocionais.

O Brasil bateu o recorde de medalhas, que era de 19, alcançado nos Jogos do Rio, em 2016. Somos uma potência olímpica sul-americana, pela enorme distância dos outros países. O Brasil é um país de muitos esportes, das mulheres e dos homens. Já na vacina, estamos em 62º lugar no mundo, muito abaixo do Chile e do Uruguai.

No futebol, fora das Olimpíadas, o Brasil está também cada vez mais forte na América do Sul. Cinco times (Flamengo, Fluminense, São Paulo, Palmeiras e Atlético) estão nas quartas de final da Libertadores. Vários jogadores que atuam nas seleções de outros países sul-americanos jogam em clubes brasileiros. ​

Isaquias Queiroz comemora após vencer a final da canoagem velocidade categoria C1 1000 metros
Isaquias Queiroz comemora após vencer a final da canoagem velocidade categoria C1 1000 metros - Luis Acosta/AFP

Dos cinco times na Libertadores, o Fluminense era o menos cotado para chegar às quartas de final, por ter um elenco mais modesto. O time, que está também na Copa do Brasil, tem bons jogadores, é organizado e bem comandado por Roger Machado. Não entendo as duras críticas de alguns de que o Fluminense é um time pouco ousado. Não é o Flamengo, com tantos jogadores especiais.

O Fluminense, quando perde a bola, marca com duas linhas compactas de quatro, deixando os dois veteranos, Nenê e Fred, à frente, sem precisar voltar para marcar. A presença dos dois dificulta a marcação mais adiantada, por pressão, mas vale a pena.

Palmeiras e São Paulo fazem dois clássicos pela Libertadores sem favorito, o que pode parecer estranho, já que, no Brasileiro, o Palmeiras é o líder, e o São Paulo está na turma de baixo. São os detalhes, as idiossincrasias e as incertezas do futebol brasileiro associadas a um péssimo calendário.

Parafraseando o genial Tom Jobim, o futebol brasileiro e o Brasil não são para amadores. Não deveria ser também para os negacionistas e os corruptos.

Jogadores da seleção brasileira comemoram medalha de ouro no pódio em Yokohama
Jogadores da seleção brasileira comemoram medalha de ouro no pódio em Yokohama - Stoyan Nenov/Reuters

Futebol de ouro

Os 120 minutos foram equilibradíssimos, como se esperava. A Espanha, em seu estilo de priorizar as aproximações e trocas curtas de passe entre uma intermediária e outra, e o Brasil, com uma transição mais rápida, da defesa para o ataque, além dos passes longos.

O estilo é importante, mas não é o que decide, ainda mais entre duas seleções do mesmo nível. São os detalhes, as escolhas individuais. Foi o que ocorreu no passe longo de Antony para Malcom penetrar e fazer o gol da medalha de ouro. A entrada de Malcom, que jogou muito bem, foi mais uma substituição correta de André Jardine.

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