Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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América do Sul supera Estados Unidos na exportação de milho

Brasil, Argentina e Paraguai deverão exportar 68 milhões nesta safra, acima dos 56 milhões dos EUA

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Os três principais produtores de milho da América do Sul —Brasil, Argentina e Paraguai— deverão atingir produção de 155 milhões de toneladas de milho neste ano.

Esse volume tão grande dá aos países da região potencial para superar as exportações dos Estados Unidos. O próprio Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê esse cenário.

Nos números do órgão americano, as vendas externas do Brasil e de seus vizinhos deverão somar 68 milhões de toneladas, acima dos 56 milhões dos EUA.

É muito cedo para estimativas referentes à safra 2019/20, mas a América do Sul também poderá superar os Estados Unidos, tradicional líder mundial nas exportações desse cereal.

Milho sai de colheitadeira para carroceria de caminhão em lavoura no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 21.jul.16/Folhapress

Mais uma vez tomando como base os números do governo americano, os três países sul-americanos deverão colocar 70 milhões de toneladas para fora de suas fronteiras em 2019/20.

Nesse mesmo período, os Estados Unidos, que têm sérios problemas na safra deste ano, exportarão apenas 55 milhões de toneladas.

Esse número poderá ainda ser revisto para baixo. O início da safra americana foi tão complicado que, pela primeira vez na história, o Usda reviu estimativas de área e de produção no início deste mês. Tradicionalmente essa revisão é feita apenas no final de junho.

Por ora, as estimativas de produção em 2019/20 recuam para 348 milhões de toneladas nos EUA. As previsões iniciais eram de 382 milhões.

O cenário ruim para as lavouras deste ano, que já apontam perda de produtividade, faz com que muitos produtores americanos segurem o produto da safra passada, reduzindo ainda mais o potencial das vendas externas de 56 milhões. Inicialmente, o Usda contava com comercialização  de 63 milhões para este ano.

Os Estados Unidos já vinham perdendo participação no mercado externo para a Ucrânia, que teve uma grande safra —34 milhões de toneladas.

No segundo semestre, entram com força no mercado internacional Brasil e Argentina, ambos com colheitas recorde neste ano: 101 milhões e 50 milhões de toneladas, respectivamente.

A demanda externa é grande e os dois países da América do Sul vão disputar mês a mês o segundo posto de maior exportador mundial. Mesmo com a queda nas vendas externas, os Estados Unidos se manterão na liderança mundial.

Essa disputa pelo mercado externo deve aquecer os preços do cereal e incentivar o plantio na próxima safra nos principias países produtores.


Mudança na Abic  Após 17 anos na Associação Brasileira da Indústria de Café, e com muita experiência no setor, Nathan Herszkowicz deixa o cargo de diretor-executivo da entidade, a pedido da presidência da Abic. O cargo foi extinto.

Sindicato  Nathan, que também é presidente-executivo do Sindicafé (Sindicato da Indústria de Café do Estado de São Paulo), diz que vai continuar no setor, realizando pesquisas e busca de qualidade do produto no sindicato.

Treinamento Por meio do Centro de Preparação do Café, que promove cursos e avaliação de qualidade do produto, quer aumentar o treinamento de produtores e dos filhos deles que se dedicam à atividade.

Sementes O Ministério da Agricultura criou um grupo para revisar o decreto que regulamenta lei de sementes no país. Para José Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária, o objetivo é dar segurança e competitividade aos produtos.

Sementes 2  Para Luciano Vacari, diretor-executivo da Abrass (Associação Brasileira de Sementes de Soja), é necessária a edição de normas específicas contra a utilização de produto de origem não comprovada. Segundo ele, não há razões para a utilização desse tipo de sementes, uma vez que o agricultor tem a opção de adquirir o produto de empresas comerciais ou de salvar sua própria semente.

Produção O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) deverá ficar estável neste ano, somando R$ 604 bilhões. A pecuária cresce 7,5%. Já a agricultura recua 4%, segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

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