Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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China reanima mercado internacional de frango

Setor obteve avanços nos dois primeiros trimestres e terá bom desempenho também no terceiro, segundo o Rabobank

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O mercado de carne de frango conseguiu se recuperar neste ano e obteve avanços no primeiro semestre. Esse cenário deverá continuar no terceiro trimestre.

Há uma oferta equilibrada da proteína no Brasil, na União Europeia, na Índia e nos Estados, enquanto a China é a mola propulsora desse mercado no momento.

Os países que estão habilitados a exportar para os chineses, como é o caso do Brasil, conseguem um melhor desempenho na produção e nos preços. Os demais, de qualquer forma, se aproveitam da evolução do mercado internacional.

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Granja no Paraná - Adriano Vizoni-9.mar.2018/Folhapress

A avaliação é do Rabobank, banco especializado em agronegócio e com atuação nos principais países produtores de commodities agropecuárias.

Essa presença mais atuante da China no setor de proteína se deve à queda de produção de carne suína no país neste ano.

Na avaliação da instituição financeira, a produção deverá cair de 25% a 35% em 2019, devido aos efeitos da peste suína africana no país. A doença, que surgiu de forma mais acentuada em meados do ano passado na China, já se alastrou para vários outros países da Ásia.

A queda na produção de carne suína no país asiático coloca uma demanda ainda maior nas demais proteínas. E esse será um caminho longo, uma vez que o país tem disponibilidade limitado de material genético de reposição suína.

Na avaliação do Rabobank, a demanda chinesa favorece o Brasil, país que tem restrição interna de renda e pouca evolução do PIB (Produto Interno Bruto).

A demanda chinesa dá ânimo ao setor brasileiro porque ele tinha pela frente o desafio de redução de compras da União Europeia e da Arábia Saudita.

Os chineses devem se consolidar como os principais importadores de aves dos frigoríficos brasileiros, substituindo os árabes. As importações totais de carne de frango feitas pela China somaram 213 mil toneladas de janeiro a abril, 44% mais do que nos quatro primeiros meses do ano passado.

A participação brasileira, que chegou a 80% no ano passado, está em 70% neste. A China está aumentando o leque de países fornecedores. Argentina e Tailândia entraram nesse rol.

Na avaliação do Rabobank, a redução da carne suína, principal fonte de proteínas na China, fará o país ter um aumento significativo nas importações de frango neste ano.

Trump agora volta as baterias contra a União Europeia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nem descansou das negociações com a China e já promete abrir fogo contra a União Europeia.

O presidente quer colocar em discussão barreiras a 89 produtos importados da União Europeia, no valor de US$ 4 bilhões.

Um dos focos da briga de Trump são o que ele chama de subsídios europeus à indústria aeronáutica, mas os ataques agora se voltaram também para o agronegócio.

O USTr (Representante Comercial dos Estados Unidos) inseriu em uma lista de retaliações tarifárias de abril mais 89 produtos e subprodutos neste mês.

A lista é extensa e variada. Inclui de presunto, manteiga, leite, queijos, azeitonas a massas alimentícias. Em alguns casos, como os do café torrado e do café solúvel, o encarecimento do produto europeu para os americanos poderá ser uma brecha para o produto brasileiro.

Afinal, os Estados Unidos são os maiores consumidores mundiais de café. O Brasil, o maior exportador, mas apenas de produto em grão, sem industrialização.

Mercado doce  Quando plenamente vigente, o acordo Mercosul-União Europeia poderá render R$ 2 bilhões por ano ao Brasil com as exportações de açúcar e de etanol. No ano passado, foram R$ 600 milhões, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Milho  As lavouras da segunda safra de Mato Grosso estão melhores do que se esperava. A produtividade deverá atingir 6.560 quilos por hectare. Sendo o principal produtor no país, essa produtividade do estado vai elevar a produção nacional.

Safra cheia  Os dados são da INTL FCStone, que aponta uma produção de 30,5 milhões de toneladas em Mato Grosso. Com isso, a produção total da chamada safrinha subirá para 71,7 milhões de toneladas. A primeira, a de verão, atingiu 28 milhões. Ou seja, o país produzirá 100 milhões de toneladas.

Café  As exportações mundiais subiram para 86,6 milhões de sacas na safra 2018/19 (outubro/18 a maio/19), 7,5% mais do que em igual período do ano anterior. O consumo mundial deverá atingir 164,6 milhões de sacas, 2% mais do que na safra anterior, segundo a OIC (Organização Internacional do Café).

Vilões escondidos  Considerados os causadores de inflação nos períodos de entressafra ou de clima ruim, feijão (-13%), tomate (-13%), batata (-7%) e cebola(-4%) lideraram as quedas de preço em uma cesta básica da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

Na outra ponta  Já o arroz, devido à quebra de safra, liderou as altas, ficando 3% mais caro para o consumidor brasileiro em maio. Frango congelado e leite também subiram: 2,5% e 2,2%, respectivamente, segundo a pesquisa da Abras.

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