O consumo mundial de café, após aumento de 4,7% na safra 2021/22 (outubro a setembro), desacelera e terá crescimento de 1,7% em 2022/23. Segundo a Organização Internacional do Café, serão consumidos 178,5 milhões de sacas no período.
O ritmo menor da economia mundial e a forte aceleração da inflação são os principais fatores para essa desaceleração. A perda maior de ritmo ocorre nos países não produtores de café, principalmente nos da Europa.
Os europeus, que tiveram aumento de 6% no consumo na safra 2021/22, vão manter o mesmo patamar em 2022/23, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (5) pela OIC.
A produção mundial sobe para 171,3 milhões de sacas nesta safra, 7,3 milhões a menos do que o consumo. Nas últimas duas safras, a produção ficou 14 milhões de sacas abaixo do que foi consumido.
No Brasil, 45% das áreas de café já foram colhidas neste ano, um percentual acima do de 2022, mas abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 48%.
Os dados são da Safras & Mercado, que estima a produção brasileira em 66,7 milhões de sacas. A colheita do café arábica atinge 35%, e a do conilon, 62%.
Com o avanço da safra interna, os preços caem. Acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra que a saca de arábica recuou para R$ 826 no final de junho, uma queda de 17% no mês.
A boa produção em 2023/24 e as condições climáticas favoráveis fizeram o preço médio do tipo arábica recuar para o menor patamar mensal desde junho de 2021.
O diferencial de preços da saca do arábica para a do conilon, que era de R$ 509 em maio de 2022, caiu para R$ 220 no mês passado.
O recuo dos valores de negociações no campo chega ao varejo. Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta queda acumulada de 4,2% nos preços do café em pó nos supermercados de São Paulo.
Boi A arroba de boi teve alta de 4,5% em junho. Mesmo assim, o preço de encerramento do mês passado ficou 11,4% abaixo do de 29 de dezembro do ano passado. Desde 2005 que as cotações da arroba do boi não tinham queda tão acentuada no primeiro semestre.
Trigo O preço de comercialização é o menor desde 2020. No Rio Grande do Sul, a média de junho foi de R$ 1.261 por tonelada, 41% inferior à de junho de 2022, segundo o Cepea.
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