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Amazon pensa mais em catálogo que em descontos, diz presidente da empresa

Daniel Mazini afirma à coluna que prioriza ampliar acesso de leitores e que não teme lei do preço fixo

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A prioridade da Amazon, a maior plataforma virtual de venda de livros, não é oferecer descontos, mas melhorar a experiência do consumidor e ampliar o acesso ao produto no Brasil.

Quem diz é o presidente da empresa no Brasil, Daniel Mazini, em conversa com a coluna ao lado de Ricardo Perez, que gerencia a área de livros no braço nacional do conglomerado americano.

"É claro que esse é um dos fatores, mas a gente fala muito mais de catálogo e velocidade de entrega dentro da Amazon do que de preço", diz ele. "A gente não é bem-sucedido por causa do preço, mas por causa da experiência do cliente."

homem de roupa preta em frente a logo neon da amazon
Daniel Mazini, presidente da Amazon no Brasil, durante o Prime Day nesta quarta-feira - Divulgação

As declarações surgem quando a coluna levanta o assunto da Lei Cortez, apelido do mercado editorial para uma norma que lhe é cara, propondo fixar o preço de livros recém-lançados pelo período de um ano —o ajuste máximo permitido seria de 10%.

Mazini diz que a Amazon se adaptará à regulação caso seja aprovada no Congresso, por óbvio, e que não a vê com preocupação porque a empresa oferece atrativos ao cliente que vão além do valor.

Pela primeira vez na história, segundo uma pesquisa da Nielsen divulgada em maio, o faturamento das editoras com a venda de livros em plataformas exclusivamente online —caso de Amazon e Submarino, por exemplo— superou a das livrarias.

Enquanto a fatia das lojas virtuais subiu de 30% do bolo em 2021 para 35,2% no ano passado, a das físicas caiu de 30% para 26,6%.

Mazini aponta que essa alteração na balança pode ser temporária —o pé atrás é porque têm aparecido novos competidores no mercado e houve problemas recentes "com CNPJs específicos", numa frase que parece se referir à recuperação judicial das redes Saraiva e Cultura, com forte presença nas vendas físicas.

Perez, por sua vez, sugere que a migração para as compras online acontece porque o consumidor tem sentido mais segurança —por exemplo, de que os meios de pagamento são confiáveis e os prazos de entrega serão cumpridos. "Temos visto uma mudança de paradigma tanto em relação ao ambiente de compras quanto na aceitação do livro digital."

As livrarias costumam rotular como predatória a política de precificação dos conglomerados virtuais —e a Amazon costuma ser o exemplo mais citado—, por serem capazes de vender seus livros com descontos agressivos, já que a fonte de renda dessas empresas não se alicerça apenas nesse produto.

Os executivos da multinacional costumam ressaltar que frequentam e veem função importante nas livrarias de bairro.

Perez afirma que o pensamento da empresa é "do consumidor para dentro", ou seja, pensa antes de tudo em suprir as necessidades dos leitores com acesso logístico, reforço na bibliodiversidade do catálogo e incentivo à publicação de autores independentes que não encontram espaços nas editoras.

Ele cita como vantagem aos leitores, por exemplo, a capacidade da Amazon em fazer entregas sem frete a cidades brasileiras que não têm livraria —que são a grande maioria no país— e em oferecer mais de mil livros digitais como benefícios da assinatura Prime.

Mazini e Perez, aliás, conversaram com a coluna durante o evento de divulgação do Prime Day, uma das principais ações de marketing da empresa, espécie de Black Friday particular que acontece este ano em 11 e 12 de julho.

É um evento de porte tão massivo —tanto de livros quanto de música, streaming e games— que, sozinho, demonstra o poder de fogo da empresa tida hoje como a mais valiosa do mundo.

mão feminina segura cabeça de mulher na mão em versão estilizada
POR UNA CABEZA - Ilustração de Amanda Miranda para ‘Os Perigos de Fumar na Cama’, novo livro de contos da argentina Mariana Enríquez, que sai no final de julho pela editora Intrínseca - Divulgação

ALIÁS A obra da crítica literária Gilda de Mello e Souza, que vem angariando cada vez mais interesse acadêmico, será objeto de um colóquio no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc na próxima terça e quarta. Entre os palestrantes, os professores Walnice Nogueira Galvão, José Miguel Wisnik e Augusto Massi.

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