A Companhia das Letras investe na literatura de Stênio Gardel no próximo ano, e não é à toa —o escritor cearense acaba de vencer um prêmio até então inédito para um brasileiro, o National Book Award, ao lado de sua tradutora Bruna Dantas Lobato.
A versão em inglês de seu romance de estreia, "A Palavra que Resta", ganhou a categoria de literatura traduzida da prestigiosa distinção americana. E Gardel já prepara o segundo para o ano que vem —ainda em estágio inicial, o livro contará a história de três gerações de mulheres que sobrevivem num lixão.
Já o outro lançamento, mais avançado, será uma obra ilustrada e feita em parceria com o artista plástico Nelson Cruz, a sair pela Companhia das Letrinhas. "Bento Vento Tempo", escrito em formato de cordel, conta o passeio de bicicleta de um garoto com seu avô Cacá, que está perdendo a memória, por uma feira na cidade.
FLIPETA Socorro Acioli, outra autora do Ceará que tem feito sucesso —foi campeã de vendas na Livraria da Travessa na Flip 2023—, também está prestes a publicar um inédito na Planeta. Será um livro de memórias que narra sua transformação através da escrita.
OUTRA FLIPETA Ainda no rescaldo da Flip, a versão canadense de "Solitária", romance de Eliana Alves Cruz, será a primeira tradução estrangeira do selo Alchemy, do grupo editorial Knopf. E será editada por uma das convidadas da mais recente festa literária de Paraty —ninguém menos do que a poeta Dionne Brand.
MÓRBIDA SEMELHANÇA A Dublinense põe suas fichas em romances cujos direitos arrematou com suor e lágrimas: a "Trilogia dos Gêmeos", considerada a obra-prima da húngara Ágota Kristóf. São três livros curtos escritos nos anos 1980, "O Grande Caderno", "A Prova" e "A Terceira Mentira", que usam gêmeos como alegoria para as forças que dividem a Europa. A série está fora de catálogo há décadas e vem passando por uma revalorização internacional, alvo de diversas editoras estrangeiras. Diego Grando trabalha na tradução para o fim de 2024.
MEDO E DELÍRIO E a Carambaia vai lançar seu centésimo livro, mil exemplares numerados de "Noite da Taverna", de Álvares de Azevedo, pioneiro na literatura de terror. O projeto gráfico de Silvia Nastari, ao estilo gótico, tem capa feita em tipografia do século 19.
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