Tripulação de vôo seqüestrado deve ser indenizada em R$ 20 mil
Cinco integrantes da tripulação de um avião da Vasp seqüestrado por criminosos em 2000 devem ser indenizados pela Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). A decisão é do TRF-4 (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região. O crime foi comandado pelo assaltante Marcelo Borelli.
Piloto, co-piloto e três comissários de bordo devem receber, cada um, R$ 20 mil por danos morais. O grupo trabalhava no Boeing que realizava o vôo 280, que saiu no dia 16 de agosto de 2000 de Foz do Iguaçu com destino a Curitiba.
Passageiros e tripulantes foram rendidos por cinco criminosos que invadiram a cabine de comando e obrigaram o piloto a alterar a rota, pousando a aeronave no aeroporto de Porecatu (PR), na divisa com São Paulo.
A quadrilha levou R$ 5 milhões do Banco do Brasil que eram transportados no vôo. No pedido de indenização, a tripulação alegou que fato causou abalo psíquico intenso em todos e poderia ter sido evitado se a vistoria dos passageiros e da bagagem fosse efetivada adequadamente pela Infraero.
A Justiça Federal de Foz do Iguaçu negou o pedido e o recurso chegou ao TRF. O desembargador federal Edgard Lippmann Júnior, relator do caso afirmou que a Infraero tem obrigação de indenizar os tripulantes porque "cobra, e muito bem, dos usuários, taxa de embarque nacional e internacional pelos serviços prestados".
A Infraero poderá recorrer da decisão junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). A reportagem telefonou para a empresa, mas ela ainda não havia sido notificada da decisão.
Borelli
O assalto ao vôo teria sido comandado pelo assaltante Marcelo Borelli, que morreu no início do ano no Paraná, vítima de complicações causadas pela Aids. Borelli ficou conhecido por torturar uma criança de quatro anos, filha de um inimigo, e filmar as agressões, que foram exibidas no "Programa do Ratinho" em 2001. O crime rendeu uma condenação de 172 anos de prisão, que se somou a outra de cinco anos, imposta pela Justiça Federal por tráfico de armas.
Em 2001, ele voltou às manchetes ao ser apontado como um dos possíveis pais do filho da cantora mexicana Gloria Trevi, que engravidou enquanto estava presa na Superintedência da Polícia Federal de Brasília, mesmo local onde ele estava.
Pouco tempo depois, Borelli protagonizou a primeira rebelião na superintendência, ao manter um agente refém com uma arma de brinquedo e exigir sua transferência para o Paraná. Ele voltou para Curitiba no dia seguinte, mas foi transferido novamente para Brasília por ordem de um juiz federal.
Por causa de seu currículo de confusões na carceragem, ele ficou conhecido como "criador de casos" entre os presos da PF.
Com Agência Folha
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