Acesso à saúde reflete desigualdade entre brancos e negros, aponta estudo do Ipea
As desigualdades entre brancos e negros no país também podem ser percebidas no atendimento à saúde. Segundo o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado nesta terça-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), dos 36,4% das mulheres com até 25 anos de idade que nunca se submeteram aos exames de mama e do colo do útero, 28,7% são brancas e 46,3% são negras.
O levantamento ressalta que o câncer está entre as principais causas de morte de mulheres que têm entre 30 e 60 anos, ao lado das doenças circulatórias e as provocadas por causas externas. "A realização de exames específicos para que possa haver detecção precoce do câncer é fundamental para reduzir a quantidade de óbitos provocados pela doença", diz o estudo.
Conforme o levantamento, mesmo entre as mulheres com mais tempo de escolaridade, ou seja, que possuem mais informações sobre a importância da prevenção desses tipos de doenças, o percentual de negras que ainda não fizeram os exames é maior. Entre as que possuem mais de 12 anos de escolaridade, 10,5% são brancas e 18% negras.
"Os números apontam para desigualdades na qualidade do atendimento relacionadas a práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano de trabalho, resultantes de preconceitos e estereótipos racistas, próprios do racismo institucional", acentua o levantamento.
As diferenças entre brancas e negras também ocorrem na comparação entre regiões urbanas e rurais. Segundo o estudo, a situação "é ainda mais desigual" nesses casos. Das mulheres com 25 ou mais de idade nas zonas urbanas, cerca de 32% nunca haviam realizado exame clínico de mama, proporção que é quase o dobro quando se trata das rurais (63%).
Outro aspecto que marca a desigualdade entre negros e brancos no país, segundo o estudo, é o percentual de cada raça atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Dos total de atendimento e internações realizadas em 2003, 76% e 81,3%, respectivamente, foram para negros.
Já em relação aos brancos o percentual é de 54% e 59%, respectivamente, no mesmo período. "Esse fato dá fortes indícios do quanto a população negra é dependente do SUS", destaca o o estudo Retrato das Desigualdades.
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