Esplanada comporta até 2,3 milhões de pessoas em eventos
Se todas as centrais sindicais fizessem uma manifestação na praça dos Três Poderes, em Brasília, só seria possível colocar ali 530,6 mil pessoas. Se o protesto seguisse pela Esplanada dos Ministérios, no máximo 2,3 milhões poderiam ocupar cada canto.
No Rio, o sempre lotado Réveillon na praia de Copacabana, reuniria, no máximo, 2,8 milhões. É o que revela levantamento do Datafolha. O estudo é igual ao feito em julho passado, quando a Folha mostrou que caberia na avenida Paulista e na rua da Consolação, ao mesmo tempo, 1,5 milhão de pessoas, no pico da aglomeração.
Na ocasião, a contagem revelava que números divulgados em grandes eventos, como a Parada Gay, eram inflados pelos organizadores. Na edição de 2011, a estimativa indicava 4 milhões de pessoas --algo impossível mesmo se todos os espaços, incluindo canteiros e bancas de jornais, fossem ocupados.
O exagero também aconteceu na Marcha para Jesus, na praça Campo de Bagatelle, em Santana (zona norte).
Segundo líderes evangélicos, 5 milhões de fiéis participaram; o local abriga, no máximo, 1,15 milhão de pessoas.
Para colocar fim às dúvidas nos cálculos de multidões pelo país, o Datafolha usou como base o manual do CEPD (Centro de Estudos e Pesquisas de Desastres), da Defesa Civil do Rio de Janeiro.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
METRO QUADRADO
Segundo o documento, a aglomeração máxima --mesmo assim improvável-- em áreas abertas é de sete pessoas por metro quadrado, número usado pelo Datafolha.
A conta é simples: com base em imagens de satélite, calcula-se a área total do espaço e multiplica-se por sete. Em Brasília, a posse do presidente Lula, 1º de janeiro de 2003, atingiu 39% da capacidade da praça dos Três Poderes, ignorando-se ruas próximas e canteiros.
O público possível naquele ponto, planejado para grandes manifestações, é de 185,5 mil pessoas. Levando-se em conta as áreas próximas, o número sobe para 530,6 mil.
Um dia após o evento, a PM informou à Folha que havia ali 150 mil. Após dois meses de estudo, com base em fotos aéreas do jornal, a Defesa Civil de Brasília constatou que foram, na verdade, 71 mil.
As estimativas da Prefeitura do Rio são mais cuidadosas. Nas contagens de Ano Novo, o público não costuma superar os 2 milhões.
A maior capacidade em áreas como a Esplanada dos Ministérios e a praia de Copacabana se deve à ausência de pontos de confinamento. Quando a área é ampla, é mais difícil aglomeração superior a quatro ou cinco pessoas por metro quadrado, já que o público inevitavelmente se espalha, diz o CEPD.
"A avenida Paulista, por exemplo, é cercada por prédios e muros, o que não acontece em praias e outras áreas abertas. Há menos confinamento ", disse Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha.
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