Sem confronto, favela da Rocinha é ocupada para instalação de UPP
A favela da Rocinha, na zona sul do Rio, foi ocupada pelas forças de segurança neste domingo. Não foram disparados tiros durante a operação, e a situação é tranquila na região. A ocupação é o primeiro passo para a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade.
Veja galeria de imagens da ocupação
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Em entrevista, o chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio, coronel Pinheiro Neto, afirmou que foram ocupadas as favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Segundo ele, a situação estava sob domínio da polícia às 6h --as forças de segurança começaram a entrar na favela por volta das 4h.
A operação começou às 2h30, com a interdição dos acessos às favelas. O trânsito começou a ser liberado por volta das 7h30 --quando blindados já haviam descido da favela.
Segundo a polícia, cerca de 3.000 homens participaram da ação --que contou com com sete helicópteros, 18 blindados da Marinha e mais sete da Polícia Militar (caveirões). Pinheiro Neto explicou que foram usados 1.300 policiais nas ruas, 194 fuzileiros navais, 186 policiais civis, 160 policiais federais e 46 policiais rodoviários.
Policiais informaram que os traficantes, no início, espalharam barricadas no Vidigal para evitar o avanço dos blindados. Na Rocinha, criminosos espalharam óleo na pista para tentar dificultar o avanço da polícia. Não houve confronto.
Por volta das 6h, foram ouvidos fogos de artifício na Rocinha, possivelmente disparados pelos traficantes. Houve um princípio de incêndio, e durante alguns momentos era possível ver chamas, seguidas de muita fumaça. Não houve nenhuma explosão, e aparentemente o fogo foi causado pela queima de algum material inflamável em alguma ruela ou barraco, deixando a polícia em alerta.
No sábado (12), véspera da ocupação, policiais do Batalhão de Choque reforçaram as revistas a carros e pessoas nos acessos às favelas.
A UPP da Rocinha será a 19ª do Rio. A favela é uma das maiores do Rio, e sua pacificação é considerada chave para a política de segurança da gestão de Sérgio Cabral (PMDB).
Marcelo Sayo/Efe | ||
Blindado circula pelas ruas da Rocinha após ocupação da favela pelas forças de segurança |
NEM
Na quarta-feira passada, foi preso Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, 35, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.
O governo quer saber quem seriam os policiais que, segundo Nem disse em depoimento informal à Polícia Federal, recebiam propina de cerca de R$ 500 mil por mês.
"Espero que essa pessoa revele o que ela sabe tanto em relação a desvios de conduta de agentes públicos, quanto na arquitetura do tráfico", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.
O traficante disse que faturava, em média, R$ 1 milhão por mês com o tráfico e que metade era distribuída para policiais. Ele não deu nomes.
Divulgação | ||
Nem tem cabeça raspada em seu primeiro dia na cadeia |
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