Acusado de matar PMs fugiu da prisão após obter benefício
O criminoso apontado pela polícia paulista como o mandante do assassinato de seis policiais militares e um dos chefes da facção PCC estava foragido desde maio deste ano após não retornar da saída temporária do Dia das Mães.
União não sabe nada de facção criminosa, diz secretário
Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress |
Considerado chefe do tráfico na favela Paraisópolis, a maior de São Paulo e ocupada pela PM desde anteontem, Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, com uma série de crimes no currículo, se valeu de benefício dado a presos com bom comportamento.
Piauí havia chegado há menos de dez dias ao Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu (a 617 km da capital) quando foi incluído na lista de 19.373 detentos beneficiados pela Justiça no Estado. Também entrou na lista dos 1.027 que não voltaram.
Desde 2000, aquela era a 20ª prisão que conhecia, em razão da condenação em crimes como sequestro, roubo, porte de armas e homicídio.
Pela assessoria do Tribunal de Justiça, a juíza Josiane Patrícia Cabrini, que deu o benefício, disse que o nome dele estava na lista enviada pela direção do presídio e não havia informação sobre seu envolvimento com o PCC e o seu grau de periculosidade.
O benefício teve o aval da Promotoria, que informou que Piauí tinha sido beneficiado com o regime semiaberto por uma das Varas de Execuções Penais de São Paulo.
"Uma vez cumpridos os requisitos legais, foi aprovada a saída temporária. Ele deixou o CPP com o monitoramento eletrônico e rompeu a pulseira no dia 15 de maio."
A polícia só conseguiu recapturar Piauí em agosto, em Itajaí (SC), após operação conjunta da PM, da Polícia Federal e do Ministério Público.
Nesse intervalo, segundo o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, ele foi flagrado em interceptação telefônica ordenando a morte de PMs, entre junho e julho. "Essas primeiras mortes foram realmente ordens dadas pela favela Paraisópolis por esse marginal", disse.
Neste ano, 88 PMs foram assassinados em São Paulo. As mortes de policiais e a onda de violência, que deixou mais de 60 mortos em seis dias na Grande São Paulo, levaram a PM a ocupar a Paraisópolis.
Piauí já era conhecido ao menos desde 2009, quando ordenou a criminosos que enfrentassem a polícia na primeira ocupação da favela.
Carros foram incendiados, barricadas foram montadas e três policiais ficaram feridos. O advogado de Piauí não foi localizado pela Folha.
Colaborou JULIA BOARINI
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