Em meio a protestos, Alckmin parabeniza Guaratinguetá por aniversário em rede social
O protesto contra o aumento das tarifas de ônibus da noite desta quinta-feira (13) foi marcado pela forte repressão policial contra os manifestantes. Enquanto isso, o perfil do Twitter do governador Geraldo Alckmin (PSDB) parabenizava a cidade de Guaratinguetá (a 187 km de São Paulo) por seu aniversário.
"Parabéns a toda a população de Guaratinguetá pelos 383 anos da cidade. Boa noite a todos!", dizia a mensagem publicada por volta das 21h20.
Por cerca de uma hora, o governador fez outros comentários sobre sua agenda --como sua visita à Baixada Santista, onde aprovou liberação de verba para Cubatão e inaugurou um hospital no Guarujá.
Em referência à manifestação, as publicações de perfil no Twitter declaravam que o governo não iria "tolerar vandalismo". "Depredação, violência e obstrução de vias públicas não são aceitáveis. O Governo de São Paulo não vai tolerar vandalismo", dizia uma das mensagens.
"O direito à livre manifestação é um princípio basilar da democracia. Assim como o direito de ir e vir e a preservação do patrimônio público", declarava a outra.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do governo informou, por meio de nota, que "Geraldo Alckmin não fechou os olhos pra manifestação".
Reprodução/Twitter/@geraldoalckmin | ||
PROTESTO
Esse é o quarto protesto contra as passagens de ônibus, na última semana. As pessoas começaram a se concentrar por volta das 16h, quando já havia grande quantidade de policiais, inclusive fechando o viaduto do Chá, onde fica a Prefeitura de São Paulo, e revistando e interrogando pessoas.
O confronto começou quando a PM tentou impedir os cerca de 5.000 manifestantes de prosseguir a passeata contra o aumento dos ônibus pela rua da Consolação, no sentido da avenida Paulista. Com isso, houve bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha disparados contra os manifestantes, que atiravam pedras e outros objetos.
Algumas bombas atiradas pelos policiais foram parar em um posto de gasolina, no cruzamento com a rua Caio Prado. Já a fumaça das bombas formou uma névoa que fez "desaparecer" os carros que ficaram parados na região.
Os repórteres da Folha Giuliana Vallone e Fábio Braga foram atingidos no rosto por disparos de bala de borracha da Tropa de Choque da Polícia Militar enquanto cobriam o protesto.
Em nota, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse que lamenta os episódios e determinou a "abertura imediata de investigações, pela Corregedoria da PM, para apurar rigorosamente os fatos".
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