Haddad diz que protesto em SP foi marcado por 'violência policial'
O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou na noite desta quinta-feira que a manifestação de hoje contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens foi marcada pela "violência policial". Ao menos 192 pessoas foram detidas no ato e sete jornalistas da Folha ficaram feridos.
"Na terça feira, eu penso que a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes e, infelizmente, hoje não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a da violência policial". Ele disse que nesta sexta-feira (14) avaliará as medidas que tomará para tentar conter a escalada de violência nos protestos.
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O prefeito também elogiou a decisão do secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, que determinou a abertura imediata de investigações, pela Corregedoria da Polícia Militar, "para apurar rigorosamente os fatos".
Esse é o quarto protesto contra as passagens de ônibus, na última semana. As pessoas começaram a se concentrar por volta das 16h, quando já havia grande quantidade de policiais, inclusive fechando o viaduto do Chá, onde fica a Prefeitura de São Paulo, e revistando e interrogando pessoas.
O confronto começou quando a PM tentou impedir os cerca de 5.000 manifestantes de prosseguir a passeata contra o aumento dos ônibus pela rua da Consolação, no sentido da avenida Paulista. Com isso, houve bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha disparados contra os manifestantes, que atiravam pedras e outros objetos.
Algumas bombas atiradas pelos policiais foram parar em um posto de gasolina, no cruzamento com a rua Caio Prado. Já a fumaça das bombas formou uma névoa que fez "desaparecer" os carros que ficaram parados na região.
NEGOCIAÇÕES
Na quarta-feira (12), o Ministério Público de São Paulo reuniu-se com manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) --organizador dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público-- e se comprometeu a marcar uma reunião com Alckmin e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para negociar uma suspensão, por 45 dias, do valor da nova tarifa de R$ 3,20. Antes do aumento, a tarifa de ônibus, metrô e trens custava R$ 3.
Hoje, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), porém, descartou a possibilidade de suspender o aumento das tarifas pelo período. Procurada, a gestão Fernando Haddad (PT) ainda não se manifestou se aceitaria a proposta do Ministério Público.
"Quanto a reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o governador, que foi a Santos com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, inaugurar uma delegacia e anunciar investimentos em segurança na região. "O reajuste foi menor que a inflação, tanto nos trens e metrô quanto nos ônibus", disse Alckmin.
O prefeito Fernando Haddad (PT) também disse que não reduzirá a tarifa de ônibus. Ele reafirmou que o aumento de R$ 3 para R$ 3,20 ficou abaixo da inflação e que cumpriu compromisso de sua campanha.
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