Manifestantes jogam fezes em prédio da Prefeitura de Florianópolis
Em protesto contra a precariedade do transporte público em Florianópolis, integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) jogaram fezes de animais na fachada e nas escadarias da prefeitura nesta quinta-feira (7).
O grupo chegou ao local às 7h50, dez minutos antes do início do expediente, trazendo o esterco em baldes. Ninguém foi identificado.
"Eles chegaram muito rápido e se espalharam em minutos", disse Gean Carlos Cardoso, comandante da Guarda Municipal, que vigia o edifício.
Em panfletos deixados no local, os militantes afirmaram que "estavam devolvendo" ao prefeito César Souza Júnior (PSD) "aquilo que recebem todos os dias".
Eles filmaram o ato e publicaram o vídeo na internet no início da tarde.
A sujeira, espalhada por uma área com cerca de 30 metros quadrados, foi lavada antes de o prefeito chegar ao gabinete.
"Não foi uma atitude contra o prefeito, foi um ato contra a cidade. Tem uma minoria que em vez de propor soluções prefere participar de outra forma", disse César Júnior.
Divulgação/MPL | ||
Manifestantes jogam fezes em prédio da Prefeitura de Florianópolis; protesto pede melhorias no transporte público na cidade |
LICITAÇÃO
Diferentemente dos protestos de junho, que reivindicavam passe livre aos estudantes e redução das tarifas aos demais passageiros, o ato desta quinta-feira focou a licitação do setor.
Pela proposta apresentada pela prefeitura em agosto, no futuro o sistema deverá ser operado por somente uma empresa, que receberá por indicadores de "qualidade do serviço" e não por quilômetros rodados, como ocorre atualmente.
O MPL critica a licitação por entender que "não houve nenhuma participação popular" e porque o edital "vai garantir por mais 20 anos o lucro das empresas" e permitir "que as passagens aumentem todos os anos".
A tarifa em Florianópolis custa R$ 2,90 para pagamento em dinheiro e não é reajustada desde janeiro de 2012.
HISTÓRICO
O MPL lidera protestos em Florianópolis desde 2000, cinco anos antes de o movimento ser formalmente criado no país.
Em 2004 e 2005, em atos que inspiraram o surgimento do grupo em outros Estados, militantes lideraram conflitos com policiais que duraram mais de uma semana e só terminaram com redução das tarifas.
Nos protestos de junho deste ano, o grupo comandou o fechamento das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, impedindo o acesso por terra à parte insular de Florianópolis, onde vivem 90% dos 430 mil habitantes.
Segundo o sindicato das empresas, 300 mil pessoas usam transporte coletivo em Florianópolis todos os dias.
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