Mais de 200 armas desapareceram do fórum da Barra Funda, em SP
A Polícia Civil de São Paulo investiga o furto de 215 armas de fogo -a maioria pistolas e revólveres - que estavam guardadas dentro de uma sala do Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste), o maior da América Latina.
Não se sabe se elas foram levadas de uma só vez ou aos poucos. O caso só veio à tona agora, mas a apuração já se arrasta, sem punir ninguém, desde 2012.
Na época, um juiz constatou a falta das armas numa sala do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais). O órgão centraliza inquéritos e autos de prisão em flagrante para crimes com pena de prisão.
Segundo o juiz corregedor do Dipo, Antonio Maria Patiño Zorz, que assumiu o cargo há três semanas, o setor das armas no fórum é monitorado por câmeras "em pontos estratégicos" e todos os que entram na sala são submetidos a detector de metais, além de serem identificados e acompanhados por funcionários ou policiais militares.
As armas, referentes a processos que vão de morte em confronto com a polícia a flagrantes de assalto, podem ter voltado para criminosos.
O sumiço delas pode ainda emperrar processos e ajudar réus. Num crime de porte ilegal, por exemplo, a arma apreendida é a principal prova; sem ela, fica comprometida a materialidade do crime, sobretudo se não tiver passado por perícia.
Processos de outros crimes também podem ser afetados, caso alguma das partes peça nova perícia na arma.
Ainda em 2012, a Corregedoria da Polícia Civil foi designada para investigar o sumiço, a pedido do então juiz corregedor, Kléber de Aquino. De lá para cá, ninguém foi identificado nem preso.
A Corregedoria da Polícia Civil informou que o inquérito está em andamento e não tem prazo para ser concluído.
Afirmou ainda que não há indícios da participação de policiais no furto e que só assumiu a investigação devido ao pedido do Judiciário.
Segundo o juiz corregedor Zorz, já houve uma apuração preliminar da corregedoria interna do Judiciário.
"Foram promovidas várias oitivas de funcionários e a apuração foi arquivada", disse à Folha, por email.
"Diante da quantidade de funcionários que adentrava ao setor, inviável restou a identificação precisa dos responsáveis pelos desaparecimentos/furtos", afirmou o juiz corregedor.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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