Governo Alckmin vai pagar 'bico' para PMs a partir de abril
O governo do Estado de São Paulo vai começar a pagar policiais militares que fizerem 'bicos' para prefeituras. A medida, que entra em vigor em abril, foi anunciada hoje pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
A Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar, de cerca de R$ 20 por hora, será paga para policiais que atuarem em cidades que hoje não têm condições de arcar com os custos do bico oficial.
Gabriela Terenzi/Folhapress | ||
O secretário Fernando Grella e o governador Geraldo Alckmin durante evento da PM |
Segundo o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, a diária será paga, inicialmente, a mil policiais por dia. Para ele, a medida tem como vantagens a velocidade de implantação, comparada ao tempo que se leva para formar novos policiais, e o aumento de segurança. A PM tem hoje cerca de 100 mil policiais em todo o Estado.
Ainda não foram definidas as cidades que serão chamadas para firmar parceria com o governo. Segundo o secretário, estudos técnicos com a polícia militar estão sendo feitos para determinar que locais serão beneficiados com o aporte de recursos estaduais. "Pode ser capital, alguma parte da Grande SP. Nós vamos dar prioridade às áreas mais críticas", disse.
"Essa é uma forma que nós encontramos para aumentar o número de policiais [em circulação nas ruas]. Mesmo se nós quiséssemos formar 5.000 por ano, não temos condições. O bico é uma realidade em todo o país, então por que não permitir que ele o faça com todas as garantias? Temos um grande número de policiais que estão morrendo em bicos não oficiais, sem estarem fardados, expostos", disse o secretário.
"Nós fizemos a atividade delegada com 39 cidades e isso está crescendo rapidamente. Em vez de o policial fazer bico, ele trabalha na atividade delegada, armado, fardado, sob o comando da PM", disse o governador. "Isso vai ter um custo financeiro para o Estado, mas é uma medida importante para ter mais policial na rua."
Questionado sobre a possibilidade de os municípios deixarem de pagar a atividade delegada com a possibilidade de receberem recursos estaduais, Grella afastou esse risco e disse que segurança pública tem que ser "obra coletiva".
"Aqueles municípios que puderem e tiverem condições, estarão beneficiando a sociedade. Nos pontos em que a atividade delegada pelas prefeituras não for possível, nós vamos fazer um esforço pra atender diretamente com recursos do Estado."
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