Advogada contratada por parentes quer reabertura do caso Pesseghini
A advogada contratada pelos avós paternos do estudante Marcelo Bovo Pesseghini contesta a conclusão da polícia de que o menino de 13 anos matou a família antes de se suicidar e pede a reabertura das investigações.
Para Roselle Soglio, criminalista e especialista em perícias criminais, ainda existem pontos nebulosos na apuração que suscitam até novas linhas de investigação, como a de um crime passional.
A polícia diz não haver dúvidas de ter sido o menino o autor das mortes a tiros dos pais, da avó e da tia-avó em agosto do ano passado. E descarta reabrir as investigações.
"A polícia não teve pressa em oito meses, por que teria pressa para encerrar a investigação agora? Isso só deixa mais claro que eles não querem investigar", diz Roselle.
TESTEMUNHA
Entre os pontos levantados pela advogada está a possibilidade de ser falsa a versão contada por testemunha-chave sobre os últimos momentos em que a família Pesseghini foi vista com vida.
O soldado João Batista da Silva Neto, 39, vizinho e colega de trabalho de Andreia Pesseghini, mãe de Marcelo, disse ter visto a família em um churrasco em casa por volta das 12h de domingo.
"Como viu que era uma festa familiar, acabou recusando o convite para entrar", diz trecho do depoimento à polícia.
Silva Neto foi uma das duas pessoas que encontraram os corpos e chegou a ser questionado pela polícia se tinha um caso amoroso com Andreia -o que ele negou.
Ingressos encontrados na casa das vítimas indicam que pai, mãe e filho foram assistir filme em um shopping. Três tíquetes foram comprados às 12h45 daquele dia, para a sessão das 13h20. A casa fica a mais de 13 km do shopping.
Procurado pela Folha, Silva Neto disse estar proibido de falar sobre o assunto.
A advogada cita pelo menos mais nove outros pontos falhos na investigação, que vão de brechas em depoimentos a problemas na perícia.
Ela cita a imprecisão da hora da morte de Marcelo e a falta de testes na mancha encontrada na roupa de Andreia.
A Polícia Civil confirma que o relato dele pode não ser verdadeiro, mas diz que isso não muda a conclusão do caso. "O fato não é relevante para o esclarecimento do crime", diz nota enviada à reportagem.
Os corpos foram encontrados em 5 de agosto do ano passado, na casa da família, na Brasilândia (zona note).
A primeira preocupação era um possível ataque de criminosos já que o pai, Luís Marcelo, 40, era sargento da Rota (elite da PM). A mãe do menino também era PM.
Durante a investigação, a polícia apontou Marcelo como principal suspeito. A família nunca aceitou essa tese e diz que o menino tinha problemas de saúde que impossibilitavam, inclusive, que ele segurasse uma arma.
Colaborou REYNALDO TUROLLO JR., de São Paulo
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