Após protesto, sem-teto liberam avenida Paulista
Os sem-teto do movimento Extremo Sul liberaram a avenida Paulista, na região central de São Paulo, na tarde desta quinta-feira. A via ficou bloqueada pelos manifestantes por mais de uma hora, sentido Paraíso. O ato terminou no vão livre do Masp.
Os sem-teto, cerca de 400 pessoas, saíram da região do Grajaú, zona sul da cidade, onde ocupam um terreno. Seguiram para o centro da cidade de ônibus.
Segundo o movimento, a ocupação no Grajaú se iniciou há sete meses e é conhecida como Jardim da União. Tem 2.000 mil barracos e 1.000 famílias.
O terreno era particular e depois foi desapropriado pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para ser destinado à moradia popular.
No entanto, o sem-teto pedem que o projeto de construção das moradia seja feito por eles mesmos, e não por uma construtora. Eles também não têm a garantia de que serão contemplados com as casas.
O Movimento Extremo Sul é ideologicamente ligado ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), mas se diz independente.
"Fizemos a passeata para chamar a atenção para a chamada política habitacional, que está na mão de meia dúzia de empreiteiras", diz Guto, que não quis revelar o sobrenome e é um dos coordenadores do movimento.
"Há vários terrenos vazios [no Grajaú], que não eram usados há décadas. Depois que ocupamos é que aparecem os donos", disse.
PROTESTOS
A 35 dias do início da Copa do Mundo, uma onda de protestos voltou a ocorrer nesta quinta-feira no país, direta ou indiretamente relacionados com a realização do Mundial.
Em São Paulo, cinco manifestações de sem-teto que tem como mote críticas aos gastos com a realização do Copa interditaram vias. Os manifestantes invadiram temporariamente sedes de três empreiteiras que fazem obras do evento -Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez.
Três atos promovidos pelo MTST foram suspensos durante a tarde por conta da reunião do movimento com a presidente Dilma. Eles tinham iniciado na praça do Ciclista, na avenida Paulista, e nas estações Butantã do metro e Berrini da CPTM. Outros dois saíram da zona sul e terminaram na ponte do Socorro e outro na avenida Paulista.
Duas construtoras foram invadidas por parte dos manifestantes. Cerca de 100 pessoas tomaram o saguão de entrada da Odebrecht, picharam, colaram cartazes e atiraram bexigas de tinta nas paredes.
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