Em rede social, PM de SP compara 'black blocs' a facção criminosa
A Polícia Militar comparou em sua página do Facebook os adeptos da tática "black bloc" (depredação como forma de protesto) aos criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A corporação fez uma montagem mostrando jovens mascarados em um protesto e bandidos em uma rebelião, como revelou o site "Ponte". A imagem tem a seguinte legenda: "Qual é a diferença? Vandalismo é crime!".
O PCC é a facção que domina a maioria dos presídios do Estado de SP.
Já os adeptos da tática "black bloc" costumam ser anarquistas, pichadores e punks que ganharam destaque nos protestos de 2013.
As críticas foram feitas na sexta (9), dia de ato promovido pelo MPL (Movimento Passe Livre) contra a alta das tarifas de transporte público.
No protesto, bancos e concessionárias foram atacados, imóveis foram pichados e houve tentativa de incêndio a um ônibus.
O perfil da PM chama os manifestantes mascarados de criminosos e diz que estão "infiltrados em meio a pessoas de bem que reinvindicam (sic) um Brasil melhor".
Reprodução |
Imagem do Facebook da Polícia Militar de São Paulo compara 'black blocs' à facção criminosa |
A crítica foi feita também na conta oficial do Twitter da corporação (@pmesp), que tem 76 mil seguidores e segue, entre outros, a atriz Giovanna Antonelli e o humorista Rafinha Bastos.
Ao postar foto de manifestantes com camisetas cobrindo o rosto, a PM escreveu: "Pessoas que escondem o rosto em uma manifestação guarda [sic] maldade no coração. Destroem nosso patrimônio e coloca [sic] a vida de pessoas inocentes em risco".
Em outra imagem mostrando uma pedra no chão, a PM indaga: "Atacaram [sic] pedras em viatura da Polícia Militar. Isso é democracia?".
Ao retrucar a crítica de um usuário do Twitter sobre a ação, a corporação postou: "Sobre polícia e futebol qualquer leigo se acha técnico".
Neste ano, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) mudou a cúpula da Segurança Pública. Ricardo Gambaroni assumiu o comando da PM.
Indagada sobre a comparação entre "black blocs e" o PCC, a PM disse que "não faz afirmações nem julgamentos" na postagem. "Apenas faz uma pergunta que convida à reflexão os internautas."
A corporação diz defender a liberdade de expressão, "inclusive a nossa", e que sua premissa em redes sociais é "transmitir informações úteis para seus seguidores".
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