Abandonadas, pontes sobre o rio Pinheiros estão ocupadas pelo mato
Durante anos, a ponte foi um marco no horizonte de um dos extremos da cidade de São Paulo. Construída em 1937, era um gigantesco monumento de concreto com três pares de arcos, que podiam ser vistos de longe, ao longo da várzea do rio Pinheiros.
Projetada para impulsionar a zona oeste da capital paulista, a antiga ponte do Jaguaré abrigou um vaivém de industriais e operários que passaram a ocupar o bairro homônimo. Hoje, ela está abandonada, espremida entre as duas pistas de suas irmãs mais modernas, inauguradas na década de 70.
Desde então, a velha ponte se deteriora com a chuva e a vegetação que cresce sobre seu antigo asfalto. Hoje, ela está coberta por um denso jardim e altas tipuanas carregadas de flores amarelas.
A 10 km do Jaguaré, quem também sofre com os efeitos do abandono é a primeira ponte do Morumbi, desativada em 1970. Mas, em vez de árvores, a construção está hoje praticamente vazia. No início de 2015, recebeu até um piano em uma festa clandestina.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, as pontes permanecem na marginal, mesmo que sem utilidade, devido ao alto custo de sua demolição e à fragilidade das estruturas.
REVITALIZAÇÃO
Para Stela Goldenstein, diretora-executiva da associação Águas Claras do Rio Pinheiros, uma proposta viável para a utilização das pontes abandonadas é transformá-las em passarela ou ciclovia. "Teria impacto imediato na mobilidade local, já que as pontes estão próximas a diferentes ciclovias que ainda não estão conectadas", diz.
A associação tenta convencer entidades a reformar as pontes. Segundo Stela, é possível encontrar um "patrono" para esses locais. Outra alternativa é a colocação pela prefeitura dessas reformas na cartela de obras de compensação de impacto de trânsito. Assim, futuros prédios construídos na região poderiam assumir a revitalização.
"Além da questão da mobilidade, seria mais um espaço público ocupado em São Paulo", afirma Stela.
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Como poderiam ser recuperadas
- Novos prédios construídos nessas regiões financiariam a revitalização das pontes como contrapartida pelo impacto no trânsito local
- Patrocinadores "adotam" as pontes e fazem a reforma e podem explorar o nome comercialment
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