Ex-dona de clínica de reabilitação é morta após se envolver com drogas
Reprodução/Facebook | ||
A empresária Marcela Finardi, 31, que foi morta a facadas em Araras (SP) na última quarta (28) |
Criada pelos avós paternos em Araras, no interior de São Paulo, Marcela Finardi, 31, teve de tudo. Entrou na faculdade de direito, falava outras línguas e chegou a ser sócia de uma clínica para dependentes químicos. Mas, depois de se tornar usuária de drogas e se envolver com o mundo do crime, acabou assassinada na última quarta-feira (28).
Marcela levou seis facadas em uma praça de um bairro afastado da cidade. A Polícia Civil investiga as causas e a autoria do crime.
Foram dez anos no vício. Nos últimos meses, o crack era o seu "alimento". "Ela usava drogas havia mais ou menos dez anos. Nesse período, foram três, quatro internações. Sempre tentamos levá-la à igreja, mas ela não quis se salvar. Não deu tempo", disse o avô paterno, Dorival Marcel Duro Finardi, 80.
Com o ex-marido, que conheceu numa das internações para se livrar das drogas (ele era dono do estabelecimento), a jovem chegou a montar uma clínica para tratamento de dependentes químicos na região, em 2013. Mas o negócio não foi adiante e fechou as portas no ano passado.
Numa rede social, o ex-marido Mauro Sérgio Silva Júnior escreveu sobre a mulher com quem teve uma filha. Ele disse que "alguém o presenteou avisando que ela só tinha mais 30 dias na Terra".
"Fomos loucos, praticamos furtos, roubos, usamos muita droga, demos muitas risadas [...] Minha única preocupação foi fazê-la rir muito e se divertir ", escreveu. Silva Júnior não foi encontrado pela reportagem para comentar o caso.
De acordo com a polícia, o ex-marido tem um histórico com drogas e abertura de clínicas sem alvará. Segundo o delegado Francisco Paula de Oliveira Lima, há ainda denúncias de espancamento de jovens que buscavam tratamento nesses estabelecimentos.
Em março de 2014, dois ex-funcionários dele morreram após serem atropelados. Eles tentavam impedir a fuga de um paciente que estava sendo levado para outra clínica quando uma moto os atingiu.
O delegado afirmou que Silva Júnior não é considerado suspeito da morte de Marcela. "Ele é um cara extremamente problemático, mas não deve ter praticado o crime", disse.
OVERDOSE DO PAI
Filha única, Marcela perdeu o pai também para as drogas. Segundo o avô, ele era dependente químico e morreu em um banheiro público após uma overdose. A mãe dela, que segundo Finardi também usava drogas, suicidou-se há cerca de três anos.
"Minha ex-mulher e meu filho sempre cuidaram dela. Ela chegou a fazer faculdade de direito, mas não concluiu. Sabia línguas, era inteligente, mas não largava das drogas. Estamos profundamente tristes", disse ele.
A filha de Marcela, hoje com um ano de idade, está aos cuidados de um tio e da bisavó.
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