Não há provas de que mancha na BA tenha lama de Mariana, diz Samarco
Manu Dias/ GOVBA | ||
Mancha identificada no arquipélago Abrolhos, no extremo sul da Bahia |
A probabilidade de o arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, ter sido atingido pela mancha de lama que surgiu após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), é "muito baixa", segundo a mineradora Samarco.
A avaliação da empresa foi divulgada após o Ibama e o ICMBio apontarem que os rejeitos de mineração podem ter alcançado a área, que tem uma das maiores diversidades de corais do Atlântico.
Segundo a presidente do Ibama, Marilene Ramos, ventos fortes registrados na semana passada fizeram com que a mancha que vinha se espalhando na direção sul do litoral do Espírito Santo passasse a se aproximar também do litoral norte, na divisa com a Bahia.
"Fizemos uma inspeção no Parque de Abrolhos e registramos a presença de uma lama que, pelo aspecto visual, tudo indica que seja a própria mancha bastante diluída que está se estendendo no Espírito Santo", afirmou ela na quinta-feira (7).
Um dia depois, a Samarco respondeu em nota que tem acompanhado o comportamento da mancha na região marinha e, até agora, não há comprovação técnica de que o material observado em Abrolhos tenha relação com o desastre de Mariana.
"Existem outros fatores de influência de movimentação de sedimentos na região costeira do Espírito Santo e sul da Bahia, bem como o registro de fenômenos climáticos que ocasionaram, nos últimos dias, a formação de ondas no litoral entre 1,5 m e 2,5 m que provocaram ressuspensão natural de sedimentos outros que não têm relação com o acidente ocorrido na Barragem de Fundão", diz a empresa.
Na sexta (8), o secretário estadual de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, afirmou que foram identificadas manchas nas regiões de Abrolhos e Porto Seguro, mas ele soube dizer se eram resultado da lama da barragem da mineradora Samarco.
AMOSTRAS COLHIDAS
A mineradora, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, ainda afirma que amostras foram colhidas para avaliação em laboratório. Pesquisadores do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, ligado à Marinha, também foram à região para coletar amostras da água.
Uma possível chegada da lama em Abrolhos poderá trazer impactos ao santuário marinho, onde há recifes de corais, algas e tartarugas. "O primeiro impacto é a diminuição na produtividade dos corais. É como se tivesse uma mancha preta na Amazônia, e ela não pudesse continuar sua fotossíntese", diz Claudio Maretti, presidente do ICMBio.
Avener Prado/Folhapress | ||
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