Detentos fazem 14 reféns em motim em presídio no interior de SP

Presídios estão sob a administração da gestão do governador Márcio França

Fumaça escura é vista de fora de presídio
Detentos fazem motim com 14 reféns no Centro de Detenção Provisória de Taubaté - Divulgação/Sindasp
Thiago Amâncio
São Paulo

Presos realizam desde as 15h desta quarta-feira (8) um motim no Centro de Detenção Provisória de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior paulista. Dois agentes penitenciários e 12 voluntários de igrejas evangélicas foram feitos reféns —três deles já foram liberados.

A administração dos presídios é de responsabilidade do governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição. Segundo a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), um grupo especializado de agentes penitenciários "está dentro da unidade a postos", e a direção negocia com os presos amotinados.

O Centro de Detenção Provisória Dr. Félix Nobre de Campos tem 1.521 detentos, mas capacidade para pouco mais da metade disso: 844 pessoas.

Os presos atearam fogo a roupas e colchões. O incêndio foi contido, diz a SAP. Imagens em redes sociais mostravam fumaça escura saindo de dentro do presídio.

O Sindicato de Funcionários do Sistema Prisional de SP diz  que duas ambulâncias e um carro dos bombeiros entraram na unidade. Diz também que os detentos conseguiram chegar até a portaria da unidade, mas foram contidos por agentes.

Inicialmente, a SAP informou que 12 reféns faziam parte da Pastoral Carcerária, braço da Igreja Católica. Depois, corrigiu a informação. Todos são ligados a igrejas evangélicas: quatro são da Deus É Amor, quatro da Assembleia de Deus, duas da Cristo É Luz e Vida e outras duas da Capelania de Taubaté.

O governo paulista convocou uma reunião de emergência no começo da noite para tratar do motim. O governador Márcio França cancelou a participação em um debate entre candidatos nas eleições de outubro.

Em abril, um motim que durou 22 horas fez três defensores públicos reféns em Lucélia, no oeste paulista. A rebelião começou durante o banho de sol por volta das 14h do dia 26 de abril. O último defensor feito refém só foi liberado às 12h do dia seguinte.

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