Polícia faz operação contra suspeitos de comandar 'atacadão do crack' com PCC

Mandados de prisão atingem 47 suspeitos de ligação com facção criminosa em SP

Rogério Pagnan
São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo cumpre na manhã desta quinta-feira (29) mandados de prisão contra 47 acusados de integrar o PCC e comandar o tráfico de drogas na zona leste da capital paulista e outras quatro cidades da Grande São Paulo.

No alvo das equipes do Denarc (narcóticos) estão criminosos de oito núcleos da facção que, entre outros crimes, também são suspeitos de comandar o chamado “atacadão do crack”, que também abastece a cracolândia no centro de SP e outras pela cidade.

Eles também são suspeitos de abastecer com outras drogas parte do sistema penitenciário paulista.

Na lista estão ao menos dois homens que, segundo a polícia, são chefes do PCC na zona leste, um dos principais redutos da facção criminosa no estado, e podem ter informações sobre a estrutura do grupo criminoso.

Por ora, não há informações de quantas prisões já foram concretizadas.

Estão sendo empregadas 46 equipes, com mais de cem policiais ao todo, espalhadas em 25 endereços na capital (São Miguel e Itaim Paulista) e nas cidades de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Poá.

A ação é fruto de investigação iniciada há oito meses. Trata-se do segundo desdobramento da megaoperação ocorrida em maio do ano passado, batizada de Campos Elíseos, quando mais de 80 criminosos acabaram presos.

O primeiro desdobramento foi conhecido nesta quarta (28) com a operação Campos Elíseos 2 realizada em sete hotéis na região da cracolândia, na região central, e que tinha como alvo 12 suspeitos de tráfico de droga.

Quatro suspeitos foram presos, sendo três deles com mandados de prisão temporária, mas considerados de pouca importância para a facção.

Diferentemente do que ocorre nesta nova fase, batizada de “Campos Elíseos 2 - Linha Cruzadas”, que tem como alvo chefes do PCC responsáveis pelo abastecimento de entorpecentes na cracolândia e, também, de uma série pontos vendas nessas cidades (crack, maconha e cocaína).

Linhas cruzadas é uma referência à ligação existente entre membros das oito células entre si, e, também, com criminosos da cracolândia.

Segundo policiais ouvidos pela reportagem, esses núcleos também abastecem de droga presídios pelo estado e parte dos chefes das quadrilhas já está presa, no própria sistema, mas continua com poderes dentro da prisão.

Dos 47 mandados de prisão, 14 deles são contra pessoas já do sistema prisional (que, mesmo presas, são alvo de novas acusações).

Um dos núcleos investigados pelos policiais do Denarc é formado por seis pessoas especializadas na “corretagem” de entorpecentes. Fazem intermediação entre traficantes e ganham parte das vendas.

A operação é coordenada pelo delegado Carlos Battista, com apoio de Wagner Carrasco.

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