Casos de sarampo sobem 36,4% em uma semana no estado de São Paulo

O estado tem 1.319 notificações da doença; na semana passada foram 967

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São Paulo

O número de casos de sarampo no estado de São Paulo aumentou 36,4% na última semana, quando foram confirmados 1.319 casos da doença, segundo balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. Desses, 997 (75,5%) casos foram registrados na capital paulista.

Em seguida, com o maior número de notificações de sarampo, estão Santo André (ABC Paulista), Guarulhos (Grande SP), São Bernardo do Campo (ABC Paulista ), Fernandópolis (a 555 km de SP) e Santos, com 41, 39, 32, 27 e 24 casos, respectivamente. 

O estado está vacinando contra sarampo bebês com idades entre 6 meses e 11 meses e 29 dias que residem ou têm viagens programadas para cidades com casos confirmados da doença. A estratégia passa a abranger 51 cidades paulistas; até a semana passada, eram 39. 

A imunização deve ser feita 15 dias antes do deslocamento. Os casos registrados em crianças nesta faixa etária representam 13,9% do total de casos do estado.

Entraram na lista das cidades em que os bebês estão sendo vacinados Franco da Rocha, Poá (Grande SP), Capela do Alto, Franca, Itu, José Bonifácio, Marília, Piracaia, Sertãozinho, Taquaritinga, Valinhos e Votorantim, todas no interior.

A aplicação da chamada “dose D” visa proteger as crianças e não será contabilizada no calendário nacional de vacinação da criança, ou seja, os pais ou responsáveis deverão levar seus filhos aos postos para receber a tríplice viral aos 12 meses e o reforço com a tetra viral ( que protege também contra varicela) aos 15 meses.

Após a aplicação da “dose D”, é preciso aguardar pelo menos 30 dias para aplicação da tríplice aos 12 meses, como prevê o calendário.

Campanha

A campanha de vacinação contra o sarampo termina no dia 16 de agosto em 15 municípios da Grande São Paulo.

Além dos bebês com idades entre 6 meses e 11 meses e 29 dias, devem tomar a vacina jovens de entre 15 e 29 anos.

Essa faixa etária concentra 44,4% dos casos e o maior número de pessoas que podem ter deixado de tomar as duas doses da vacina, recomendadas pelo calendário nacional de imunização. A adesão é importante para conter o surgimento de novos casos da doença.

A meta é vacinar 4,4 milhões de pessoas. De 10 de junho a 8 de agosto foram imunizados 1,2 milhão de jovens.

Tire suas dúvidas sobre o sarampo

O que é sarampo? É uma doença infecciosa aguda transmitida por um vírus, caracterizada por manchas na pele. Estava erradicada no Brasil e voltou porque as pessoas deixaram de se vacinar.

Como é transmitido? A transmissão acontece pela saliva, carregada pelo ar (quando a pessoa tosse, fala ou espirra). Ou seja, é altamente contagiosa.

Quais os sintomas? Febre alta (acima de 38,5°C), manchas vermelhas na cabeça e no corpo, tosse, dor de cabeça, coriza e conjuntivite.

Sarampo pode matar? Sim. É uma doença que traz complicações graves, inclusive neurológicas, e pode levar à morte. Também pode deixar sequelas como a surdez.

Como é o tratamento? O doente é isolado e apenas os sintomas são tratados. Por isso, a vacinação é a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

O que fazer em caso de suspeita? Encaminhar o paciente a um serviço de saúde, que por sua vez notificará a vigilância epidemiológica para que esta vacine quem teve contato com o doente.

Quem deve se vacinar? Bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias devem tomar a dose da campanha e as duas do calendário nacional de imunização, aos 12 meses e 15 meses; crianças e jovens de até 29 anos precisam ter tomado duas doses da vacina —quem tem de 30 a 59 anos, apenas uma dose. A maioria das pessoas com mais de 60 anos não precisa da vacina, pois já teve contato com o vírus. Na dúvida sobre ter ou não tomado a vacina na infância, é melhor tomá-la agora. Não é preciso levar a carteirinha de vacinação. Em ações de bloqueio, quando identificado caso suspeito da doença, todos devem tomar a vacina, que é uma imunização pontual.

Onde é feita a vacinação? Em postos de saúde e, durante a campanha, em pontos anunciados pelo governo, como estações do metrô.

Quais as reações à vacina? Febre e dor no local da injeção, com possível inchaço. Não há reações neurológicas. A vacina NÃO causa autismo.

Quem não pode se vacinar? Gestantes, transplantados, quem faz quimioterapia e radioterapia, ou usa corticoides ou tem HIV com CD4 menor que 200. Alérgicos a ovo e lactantes podem tomar a vacina.

Por quanto tempo a vacina vale? Para quem completou as duas doses (ou uma dose até 1989), vale pela vida toda.

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