Antônio Carlos, conhecido como professor Tarzan, foi um dos autores de um trabalho publicado na revista Nature em 1993 intitulado "What Makes Popcorn Pop" (o que faz a pipoca estourar). O objetivo foi explicar o mecanismo de estouro do milho e otimizar a produção de pipoca —para ele e outros estudiosos, faltavam respostas. A publicação foi motivo de orgulho e comemoração na família.
Nascido em São Luís, foi aluno da primeira turma do curso de física da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), onde depois daria aulas. A ideia original era estudar medicina, mas, como não conseguiu pontuação suficiente no vestibular, decidiu dar uma chance à física. E se apaixonou. Fez mestrado, doutorado e PHD na área.
Passar para a universidade representou uma grande conquista para o rapaz, que trabalhava desde os 14 anos para complementar a renda da família. Foi ajudante de ourives, consertou televisão e carregou malas. Dedicava-se aos estudos à noite.
Ganhou o apelido após uma pessoa confundi-lo com um homem conhecido por Tarzan. Como era alto, cabeludo e tinha o semblante sério, pegou.
A pontualidade era uma de suas marcas registradas. Também era muito apegado aos filhos. No Natal, no Dia das Crianças e em aniversários, sempre organizava com a esposa alguma surpresa para as crianças. Certa vez, criaram um mapa do tesouro que os levava até um presente.
A comida preferida de Antônio era sushi. Tinha o hábito de comer todo fim de semana. Quando já estava no hospital, pedia, em tom de brincadeira, para que a filha subornasse a enfermeira para que pudesse levar até ele a comida. Mas não dispensava um churrasco e uma cervejinha.
Caseiro, adorava passar as tardes olhando o movimento da rua do muro de casa. E também costumava papeava com vizinhos e parentes sentado em uma cadeira.
Morreu em decorrência de um câncer no pulmão, em 24 de julho, aos 69 anos. Deixa a esposa, cinco filhos e quatro netos.
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