Descrição de chapéu Folha Verão

Litoral de SP terá mais sete balsas para evitar caos antes de privatização

Dersa promete operar 7 balsas nas travessias entre Santos e Guarujá e São Sebastião e Ilhabela

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Santos

As travessias no litoral de São Paulo terão o maior número de embarcações, entre balsas para veículos e lanchas exclusivas para pedestres, dos últimos cinco anos.

Ao todo, serão 31, sete a mais do que o disponibilizado em 2018, distribuídas por oito trechos sob concessão da Dersa, empresa pública controlada pelo governo estadual.

As duas principais travessias, entre Santos e Guarujá, na parte sul do litoral, e São Sebastião e Ilhabela, ao norte, tem promessa da estatal de funcionarem com número máximo disponível, sete balsas cada uma.

“Houve um replanejamento para, enfim, conseguirmos trabalhar com sete balsas nas travessias neste verão. O novo modelo de manutenção, que funciona inclusive nos fins de semana, permitirá recuperarmos embarcações que acusarem problemas. A determinação do governo é fazer tudo no menor espaço de tempo possível”, disse à Folha o secretário estadual de Logística e de Transportes de São Paulo, João Octaviano Machado Neto.

A empresa tenta diminuir as possibilidades de um caos já conhecido antes que a concessão das travessias seja transferida à iniciativa privada.

Não é incomum em períodos mais movimentados cenas de longas filas com motoristas aguardando fora dos veículos, buzinaços, autuações do Procon e reclamações devido a balsas quebradas.

Balsa faz a travessia entre Santos e Guarujá, no litoral sul de São Paulo, trecho que costuma ter espera longa no verão
Balsa faz a travessia entre Santos e Guarujá, no litoral sul de São Paulo - Danilo Verpa - 27.dez.2019/Folhapress

A expectativa é de que o processo de privatização saia do papel logo após a temporada de verão, em fevereiro, e que possa ser finalizado até o fim do primeiro semestre de 2020. Uma ou mais empresas particulares deverão ser responsáveis pelas travessias a partir do próximo verão.

Na véspera do feriado de 15 de novembro, dia da Proclamação da República, o tempo de espera entre Santos e Guarujá chegou a ultrapassar 90 minutos. 

Na ocasião, a Dersa informou que tinha cinco embarcações operando, estrutura insuficiente para evitar problemas para os usuários.

O trecho que liga as duas cidades ainda é o que mais preocupa. De acordo com a Dersa, dos 3,5 milhões de usuários que devem usar o serviço entre 23 de dezembro e 2 de fevereiro, pouco mais de 1,6 milhão deve estar concentrado nesta travessia. Fora de temporada, o volume diário ultrapassa 23 mil veículos.

Guarujá tem como expectativa receber mais de 2 milhões de pessoas durante o período.

Aproximadamente 97% das vagas nos hotéis da cidade já estão ocupadas.

Entre São Sebastião e Ilhabela também há mudanças. No início do ano, seis balsas estavam destinadas à travessia, sendo que cinco delas estavam em circulação. De acordo com usuários, o número disponibilizado diariamente, no entanto, nunca chegava a cinco.

“Neste trecho, temos reforçado a questão das pessoas deixarem o carro para utilizarem as lanchas de passageiros nas travessias. Isso vai ajudar muito, também”, afirma Machado Neto.

“Estamos investindo, também, em uma operação mais robusta em solo para evitar problemas nas filas e conseguir gerar tempo. Congelamos férias de funcionários e faremos de tudo para evitar problemas”, complementa.

Neste ano, a travessia passou a contar com lanchas de passageiros. A segunda delas foi entregue em dezembro, com capacidade para 450 pessoas, desafogando o fluxo das balsas. O investimento foi de R$ 3,5 milhões para reformá-la.

A empresa também realiza travessias entre Guarujá e Bertioga, Ilhabela e São Sebastião, Iguape e Jureia, Cananeia e continente, Cananeia e Ilha Comprida e Cananeia e Ariri, além da travessia por lanchas de passageiros entre Santos e Vicente de Carvalho.

Pela primeira vez, a travessia de Guarujá para Bertioga, a terceira mais movimentada do sistema, contará um uma lancha exclusiva para ciclistas e pedestres. O sistema possui duas balsas no momento.

A nova gestão da empresa pública controlada pelo governo estadual concluiu neste ano a compra de 30 novos motores e de peças sobressalentes. Foram pouco mais de R$ 10 milhões em investimentos e embarcações levadas prontamente ao estaleiro para reformas.

Até o momento, foram entregues seis balsas e duas lanchas de passageiros. A previsão é de que mais quatro embarcações –duas balsas e duas lanchas de passageiros– sejam concluídas entre janeiro e fevereiro.

Em junho, a Folha publicou que no início do ano 32 motores foram avaliados como em situação crítica, dos quais 18 considerados condenados por “desgaste excessivo”. Cinco balsas tiveram atividades interrompidas por inspeção da Marinha.

No final de 2018, só 17 de 68 motores foram avaliados como em bom estado. Alguns, de 1988, têm mais de 30 anos de fabricação. Há balsas, ainda em circulação, fabricadas das décadas de 1950 e 1960.

De acordo com a Dersa, outro fator que ajudará a evitar grandes filas será a nova configuração do bolsão de acesso na área de embarque ao lado de Santos. O local foi ampliado pela prefeitura para receber 110 veículos, quase o dobro da capacidade anterior.

A prefeitura, por sua vez, explica que a remodelação completa do complexo viário, parte do projeto Nova Ponta da Praia, ainda está em andamento, com previsão de conclusão para março de 2020. 

Por isso, ainda estão sendo finalizadas as pistas de saída da balsa, no sentido praia.

Questionada, a Dersa não respondeu o quanto as melhorias prometidas diminuiriam o tempo de espera dos usuários.

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