Antigamente, os médicos eram próximos dos seus pacientes. Além da consulta, havia conselhos e broncas carinhosas daquele que muitas vezes era um amigo.
A maneira como o médico Paulo Fernando Moreira Palazzo tratava seus pacientes lembrava os tempos passados.
Para os companheiros do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo, ele era especial, pois incorporava aos seus atendimentos a simplicidade que marcou sua vida.
No dia 5 de abril, aos 56 anos, Paulo perdeu a batalha para a Covid-19.
“O Paulo contribuiu para um sistema de saúde mais justo e humano. Tinha excelentes avaliações e elogios pela forma humanizada como realizava seus atendimentos. Para ele, todo mundo era igual”, diz o diretor-clínico do Samu-SP, Francis Fujii.
Na relação com os demais funcionários, distribuía diariamente doses de um remédio chamado gentileza.
Paulo chegava mais cedo no Samu para que o colega que costumava render não perdesse um minuto com a filha.
“Pensa num cara dedicado, humano e educado? Vivia cuidando de todos, principalmente dos menos favorecidos”, conta a médica Cintya Belaunde.
Paulo sonhava em ser médico. Durante oito anos trabalhou na abertura das fichas das pessoas que procuravam o pronto-socorro do Hospital São Paulo.
Estudava à noite e trabalhava durante o dia até realizar seu sonho, graduando-se clínico e hematologista na Escola Paulista de Medicina. Paulo deixa duas filhas.
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