Descrição de chapéu Coronavírus

Mortes por Covid-19 em São Paulo caem e chegam ao índice mais baixo desde maio

Taxa de ocupação em hospitais e média diária de casos também tiveram queda; hospital de campanha do Ibirapuera será encerrado

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São Paulo

Após mais de três meses em um platô alto, a média diária de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo retornou neste mês ao patamar de maio. Nesta semana, a 39ª desde o início da pandemia, a média voltou a recuar para 158 mortes, informou o governo estadual nesta sexta (25) em entrevista à imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

O número de casos diários também apresentou queda, de 2%, com cerca de 1.110 registros por dia, em média. A taxa de ocupação de leitos de UTI atingiu o menor índice na última segunda-feira (21) e apresentou nova redução nesta sexta-feira (25), chegando a 46,3% em São Paulo e 45,3% na Grande São Paulo.

Os números levaram a gestão João Doria (PSDB) a se mostrar otimista quanto à desaceleração de casos e óbitos na capital, embora no interior do estado os números ainda continuem elevados em algumas regiões, como Franca e Ribeirão Preto.

Mais atingida no início da pandemia, a cidade de São Paulo, que concentra 26,6% da população do estado, responde hoje por 30% de todos os casos registrados e 36% das mortes —um sinal de que a doença foi mais letal nos primeiros meses e a experiência médica adquirida ajudou a controlar parte de seus efeitos, cumprindo, portanto, o propósito da quarentena, o de dispersar os casos e possibilitar melhor tratamento.

Para alcançar a quarta e próxima fase do Plano SP, a verde, é preciso uma redução por quatro semanas consecutivas de número de casos e óbitos e um número de internações por 100 mil habitantes menor de 40. A capital ainda não alcançou os últimos dois índices, embora venha registrando progresso contínuo.

Enquanto a situação no estado de SP encontra-se estável, segundo monitor da Folha, a capital passa por desaceleração desde o último dia 10, quando a cidade apontou pela primeira vez queda no número de casos e óbitos.

O modelo de acompanhamento utilizado pela Folha se baseia na evolução de casos em cada local e tem como parâmetro um período de 30 dias, com mais peso para o período mais recente. Com isso, é medida a aceleração da epidemia, ou seja, a forma como o número de novos casos cresce ou diminui.

A metodologia pode demorar mais para captar os movimentos da doença em relação a outros métodos, como a média móvel de sete dias, adotada por governos e veículos de comunicação. Por outro lado, tende a trazer mais estabilidade nos resultados.

Em relação às médias móveis divulgadas pelo governo, o cálculo da queda no número de óbitos para esta semana foi feito com uma semana mais curta, de seis dias. É possível que, se houver aumento no número de mortes nas 24 horas seguintes à divulgação, o estado volte a ter alta na média móvel de mortes neste final de semana. Mas, exceto em caso de um salto abrupto, improvável, ele não descolaria do patamar de maio.

Na atualização dos dados do coronavírus no estado foram confirmados 6.681 novos casos e 200 novos óbitos.

O governador João Doria anunciou também o encerramento das atividades do hospital de campanha do Ibirapuera, o único construído para esse fim ainda ativo, como a Folha havia antecipado. O local será fechado no próximo dia 30.

Para Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, a queda do número de óbitos e casos diários e de novas internações representa um alívio necessário para possibilitar o fim das atividades dos hospitais exclusivos para o coronavírus.

O governo tem centrado sua atenção na possível vacinação para Covid-19. Na quarta (23), Doria anunciara que os primeiros grupos de profissionais da saúde do estado devem ser vacinados contra o novo coronavírus na segunda quinzena de dezembro.

Segundo ele, os primeiros 5 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pelo Laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, chegarão a São Paulo em outubro. O imunizante ficará armazenado até que as autoridades sanitárias brasileiras aprovem sua aplicação.

No mesmo dia, a Anvisa autorizou a ampliação do ensaio clínico de fase 3 da CoronaVac de 9.000 para 13 mil voluntários. O governo aumentou ainda o número de centros para realização dos testes de 12 para 16. Os novos centros são em Barretos (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Pelotas (RS).

Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que com essa ampliação de voluntários é provável que o instituto atinja em breve o número mínimo necessário de casos (61) de Covid-19 nesse grupo para fazer uma “primeira análise interina”.

“Se mantidas as proporções [de casos esperados entre os voluntários que receberam o placebo versus os que receberam o imunizante], teremos os primeiros resultados no dia 15 de outubro. Se não for atingido esse número mínimo até esta data, podemos aguardar os primeiros 154 casos até o final de outubro, que demonstraria a eficácia de pelo menos 50% da vacina.”

Covas afirmou ainda que, se as previsões seguirem como esperado, o governo poderá prosseguir com o registro da CoronaVac na Anvisa em novembro, para disponibilizar a vacina para utilização em dezembro.

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