Descrição de chapéu Obituário Antonio Pedroso Junior (1954 - 2021)

Mortes: Contou em livros o movimento operário no interior de SP

Antonio Pedroso Junior escreveu livros e promoveu debates e homenagens

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São Paulo

Filho de um ferroviário comunista, que foi preso na década de 1960 após liderar greves, Antonio Pedroso Junior tinha o pai como inspiração para a tarefa que abraçou ao longo da vida: resgatar as histórias dos movimentos operários no interior de São Paulo.

Bacharel em direito e escritor, Pedroso foi militante estudantil, dono de livrarias e pesquisador incansável das memórias da resistência política e da repressão, principalmente no período da ditadura militar.

Suas pesquisas e entrevistas com presos e perseguidos políticos deram origem a livros e contribuíram para a busca por reparação junto à Comissão de Anistia do governo federal.

A trajetória de memorialista começou no final da década de 1970, com a publicação do livro artesanal “Subsídios para a História da Repressão em Bauru”.

Homem de bigode e vestido de vermelho
O escritor Antonio Pedroso Junior - Reprodução/Facebook

Já na obra "Subversivos Anônimos", uma das minibiografias é a do pai do escritor, o ferroviário que perdeu o emprego e precisou montar a lanchonete Carcará, na periferia de Bauru.

No livro "Márcio, o guerrilheiro", Pedroso revelou em detalhes a saga de Márcio Leite de Toledo, jovem de classe média e militante da ALN (Ação Libertadora Nacional) executado pelos próprios companheiros por desconfiarem que ele contaria os segredos da guerrilha após abandonar a luta armada.

Em outra publicação, "Sargento Darcy", o escritor resgatou a trajetória do militar Darcy Rodrigues, que deixou o Exército em 1969 e entrou na luta armada ao lado de Carlos Lamarca.

Além de escrever livros, Pedroso se dedicava a promover debates, homenagens e reencontros recheados de lembranças.

Pedroso tinha planos para a produção de ebooks e sonhava com um documentário sobre algumas das dezenas de histórias que garimpou em documentos e sessões de memória oral. No dia 28 de junho, ele sofreu um infarto em casa e morreu aos 67 anos.

"Deixou muitos causos, piadas. Tinha um coração do tamanho do mundo", disse a ex-mulher, Ana Célia Ferreira Albuquerque. Pedroso deixa um filho, Pedro.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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