Gilson Frank dos Reis tinha 11 anos de idade quando fumou um cigarro pela primeira vez. Depois, quando já era adolescente, passou a usar também outras drogas —maconha, cocaína e crack—e chegou a morar na rua.
No final dos anos 1990, a situação era tão grave que ele chegou a ficar internado por alguns meses em uma clínica para dependentes químicos no Rio Grande do Sul.
Quando retornou a São Paulo, começou a trabalhar. Na sequência, veio o interesse pelas atividades da Igreja Católica —ele ajudou a fundar um grupo que auxiliava na recuperação de jovens usuários.
Em dezembro de 2016, foi ordenado sacerdote. Do passado triste, padre Gilson afirmava que tinha tirado lições de vida que passou a compartilhar com os jovens a quem agora ajudava na luta contra a dependência química.
O sacerdote pertencia à associação de fiéis Missão Belém e atuava junto à Pastoral de Rua, voltada ao atendimento à população em situação de rua e aos usuários de drogas.
“Ele foi um grande exemplo de amor aos pobres sendo pobre; conheceu a vida da rua, na rua. Para nós, ele é um sinal forte de esperança, superação e generosidade”, diz o padre Júlio Lancellotti.
Padre Gilson falava a linguagem dos pobres, cantava e tocava violão como poucos. “Vão permanecer sua simplicidade e amor aos pobres sendo igual a eles”, afirma o padre Júlio.
O sacerdote foi infectado pelo coronavírus. Chegou a ficar hospitalizado e intubado. Ele morreu dia 21 de agosto, aos 45 anos, em decorrência de complicações da Covid-19.
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