Mortes: Ficou conhecido por seu bordão na 'A Praça é Nossa'

Batoré passou por SBT e Globo, emissoras onde fez programas humorísticos e novela

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São Paulo

Os amigos mais próximos o definem como um gênio do humor. Alguém que sabia entreter contando piadas inesperadas ou falando seu bordão "Ah, para, ô!". O Brasil o conhecia como Batoré, um personagem que se tornou uma marca do humorístico "A Praça é Nossa", do SBT.

Natural de Serra Talhada, no interior de Pernambuco, Ivanildo Gomes Nogueira se mudou para São Paulo ao lado da família quando ainda era criança. Os pais fugiam da seca e buscavam novas oportunidades no sul do país.

Na adolescência, atuou como jogador das categorias de base de times de futebol paulista, mas não chegou a se profissionalizar. Uma lesão nos dois tornozelos interrompeu o sonho do garoto de se tornar jogador de futebol.

Batoré
Ivanildo Gomes Nogueira (1960-2022) - Lourival Ribeiro/SBT

Encontrou, então, uma saída no humor. Com o número "Gol em câmera lenta", que apresentava no programa "Viva a Noite", do Gugu, e no "Show dos Calouros'', conseguiu uma ponta como figurante na consagrada "A Praça é Nossa", todos do SBT. Antes de se tornar o Batoré, fazia figuração no bar lateral da praça interpretando um garçom.

Após mais de uma década na emissora, saiu do SBT em 2003. Treze anos depois, recebeu uma proposta da Globo para participar da novela "Velho Chico", interpretando o delegado Queiroz.

Entre sua saída do SBT e a proposta para atuar em uma novela da Globo, Batoré fez shows pelo Brasil e diversas apresentações em emissoras locais. Neste período também se aventurou na política, sendo eleito em 2008 e reeleito em 2012 vereador pelo município de Mauá, na Grande São Paulo. No segundo mandato, foi afastado por infidelidade partidária.

Tinha um carinho especial com os fãs e, não importava a pressa, parava para agradecê-los, tirar fotos e dar autógrafos. O empresário Admir Uduvic da Silva tentava apressá-lo para que não perdessem o voo ou não se atrasassem para o próximo show, mas nada fazia com que Batoré deixasse um fã sem reposta no meio do caminho.

"Ninguém trata os fãs como o Ivanildo tratava. Os fãs se apaixonavam porque ele tinha o dom de tratar as pessoas bem. A gente acabava perdendo o horário, quase o voo, por causa da paciência dele com os fãs", conta Uduvic.

Batoré, que tratava um câncer, morreu em 10 de janeiro, aos 61 anos. Deixa os filhos Ivan e Alessandra, os irmãos Jorge, Marcos, Rita, Margarida e Vera, e a mãe Helenita. Ele foi sepultado em Cabreúva, ao lado do pai e do irmão Oscar​.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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