Descrição de chapéu Obituário Joaquina Elisa Ribeiro Sampaio de Melo Serrano (1926 - 2022)

Mortes: Poetisa, foi uma profunda amante das palavras

Além de escrever, amava ensinar e proporcionar momentos agregadores com a família

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São Paulo

Foi por meio de cartas que Joaquina Elisa Ribeiro Sampaio de Melo Serrano, apelidada de Quinita, conheceu o homem com quem iria se casar, o português Antônio de Melo Serrano. Talvez seja coincidência ela ter se aproximado dele pela escrita, mas a realidade era que Quinita sempre teve uma extrema admiração pelas palavras.

Ela já veio de uma família com tradição na área das letras —seu pai e irmãos fundaram a Academia Campinense de Letras— e seguiu a carreira de professora de português no tradicional colégio Culto à Ciência em Campinas, no interior paulista, onde morava.

A relação com seu pai, inclusive, era muito amorosa, principalmente pelo apreço que os dois tinham pela linguagem. "Ela era muito apaixonada pelo pai dela, que igualmente era professor de português nesse mesmo colégio", afirma Pedro Serrano, neto de Quinita.

Obituário
Joaquina Elisa Ribeiro Sampaio de Melo Serrano (1926-2022) - Arquivo pessoal

A habilidade para ensinar também é lembrada por Dina Amendola, sobrinha de Quinita. "Além de nos ensinar português, era elegante, bonita, generosa e uma graça de tia", diz.

Fora o magistério, Quinita realizou pesquisas na área de dialetologia, campo de estudo que investiga os dialetos de uma língua, e foi poetisa.

"Poesia para ela era acima de tudo a palavra. Ela não acreditava que fosse um exercício nem de extremo sentimentalismo nem de ornamentação", declara o neto.

Quinita publicou dois livros: "Canto a Três Vozes", em conjunto com seu pai e um irmão, e "Aprendizagem pelo Avesso", uma obra solo e que veio a público em 2012.

Além disso, ela deixou uma antologia pronta de poemas de seu pai e outros inúmeros escritos que criou durante os anos.

A paixão pela escrita, no entanto, não fazia com que Quinita fosse distante da família. Pedro fala que tem lembranças excepcionais de momentos de refeições em família.

"Ela era extremamente agregadora e gostava muito de promover almoços com boa comida e risadas. Tinha uma presença de espírito e senso de humor e [era] sempre muito interessada nas experiências humanas", diz.

Um dos últimos amores de Quinita eram seus bisnetos. "Passava horas vendo vídeos e fotos dos bisnetos. Era uma paixão dela", afirma Pedro.

Para ele, os emails trocados com sua avó são verdadeiras preciosidades por mostrarem o rigor da escrita pela qual ela prezava e também o amor que sentia por sua família. Quem sabe, diz o neto, um dia eles venham a ser publicados.

Quinita morreu por causas naturais e insuficiência renal. Ela deixa uma irmã, quatro filhos, 11 netos e seis bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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