Rossieli deixa a Secretaria da Educação de SP para concorrer à Câmara

Doria, que concorrerá à Presidência, já sugeriu que, se eleito, deve escolhê-lo como ministro da Educação

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São Paulo

Rossieli Soares deixou nesta sexta-feira (1º) o comando da Secretaria da Educação paulista para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de outubro deste ano. Renilda Peres, secretária-executiva da pasta, irá sucedê-lo.

Ele deixa o cargo um dia depois de João Doria (PSDB) renunciar ao cargo de governador para concorrer à Presidência da República. Há cerca de dez dias, Doria sugeriu em um evento que, se vencer o pleito, Rossieli poderá ser seu ministro da Educação. Na pesquisa Datafolha mais recente, o tucano tem 2% das intenções de voto.

Rossieli se filiou nesta sexta ao PSDB. Ao lado de Doria, Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, e da esposa, Meg Vallau.

Rossieli Soares se filiou ao PSDB nesta sexta (1º), na foto ele aparece ao lado de João Doria, Marco Vinholi e da esposa Meg Vallau
Rossieli Soares se filiou ao PSDB nesta sexta (1º), na foto ele aparece ao lado de João Doria, Marco Vinholi e da esposa Meg Vallau - Divulgação

Rossieli estava à frente da Secretaria da Educação desde janeiro de 2019. Quando foi escolhido para comandar a maior rede de ensino do país, foi anunciado pelo então governador João Doria como um secretário com "status ministerial".

Antes de assumir o cargo em São Paulo, Rossieli havia sido ministro da Educação do governo Michel Temer (MDB), de abril a dezembro de 2018, e também ocupou a secretaria de Educação Básica do MEC.

Rossieli assumiu a secretaria paulista com a missão de pôr São Paulo na liderança do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal instrumento de avaliação da área.

O ensino médio da rede estadual paulista, no máximo, manteve a quinta colocação de acordo com o último resultado do Ideb, divulgado em setembro de 2020. O indicador é calculado a cada dois anos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao MEC.

O resultado de 2021 será divulgado no segundo semestre deste ano.

Ao longo de sua gestão na Seduc, Rossieli estreitou suas ligações políticas com Doria e o PSDB. Desde o ano passado, o secretário passou a figurar em uma série de eventos do partido, que governa o estado desde 1995, ao lado de Doria e de Rodrigo Garcia, candidato ao Palácio dos Bandeirantes.

Agora, candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados, Rossieli deverá explorar como principal bandeira as ações que fez para o retorno das aulas presenciais durante a pandemia. São Paulo foi um dos primeiros estados a autorizar a volta depois de forte pressão de pais e de donos de colégios da rede particular.

Inclusive, foi após conseguir autorizar que parte das aulas voltasse de forma presencial, que intensificou uma "agenda de candidato". Com o apoio de um grupo intitulado Escolas Abertas, formado por pais de escolas particulares, ele passou a se colocar como defensor da retomada das aulas presenciais.

Outra ação que deve ser bastante explorada em campanha é a expansão das escolas de tempo integral em São Paulo. Segundo ele, o estado passará das atuais 2.050 escolas em tempo integral para 3.000 até 2023. O formato, aplicado hoje em 464 cidades, atingirá 494 municípios.

Outra cartada política de Rossieli será o plano de nova carreira para para professores do ensino médio e fundamental, diretores de escola e supervisores educacionais da rede estadual pública.

O projeto fora sancionado por Doria nesta quinta-feira (31), como um dos últimos atos do tucano antes de deixar o governo e se dedicar à sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Rossieli insiste que, com o plano, a carreira de docente se torna mais atraente com a possibilidade de elevar o piso salarial da categoria no estado em 73%. Desde 2020, o piso salarial de professores da rede estadual paulista é de R$ 2.886,24, valor mínimo estabelecido pelo governo federal para o pagamento de docentes. Com a proposta, o valor passa para R$ 5.000.

Já o salário bruto, para o professor que atua no PEI (Programa de Ensino Integral), será de R$ 7.000.

A tramitação da proposta na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) foi marcada por protestos de deputados de oposição ao governo e de professores, assim como integrantes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

Houve críticas ao fato de que, com a mudança, educadores passam a integrar o regime de remuneração por subsídio, o que exclui a incorporação de gratificações, bônus ou prêmios atualmente existentes.

Para quem não aderir ao plano de carreira, o projeto estabeleceu reajuste salarial de 10%, o mesmo percentual a ser aplicado para os aposentados.

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