Descrição de chapéu Obituário Patrícia da Silva Santos (1983 - 2022)

Mortes: Inspiração para os filhos, realizava o sonho de estudar letras

Patrícia da Silva Santos sofreu um infarto aos 39 anos

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São Paulo

A paulistana Patrícia da Silva Santos passou muitas noites de sono para tentar realizar um de seus sonhos: estudar letras na USP.

Fã de outros idiomas, principalmente do espanhol, ela entrou na faculdade aos 36 anos e traçava planos para fazer mestrado e doutorado, além de buscar um intercâmbio no exterior. Um infarto, porém, interrompeu sua trajetória.

Patrícia tinha paixão pelos livros e defendia a importância da educação —por isso, sempre incentivou os filhos a estudarem.

Patrícia da Silva Santos (1983-2022)
Patrícia da Silva Santos (1983-2022) - Arquivo pessoal

"Minha mãe transformava a vida das pessoas. Era sinônimo de força, garra e persistência. A bolsa de 100% que eu conquistei na faculdade [pedagogia, na Unicid] através do Prouni foi graças a ela, que me mostrou todos os caminhos necessários", diz a filha, Ysabele Santos Lima, 20.

Paulistana, Patrícia passou parte da adolescência em Salvador. Foi na capital baiana que conheceu seu marido, André Oliveira Lima, 41. Os dois se casaram em 6 de outubro de 2000.

Poucos anos depois, já com duas filhas, ela retornou para São Paulo. No ano seguinte, André também se mudou para a capital paulista, onde nasceu o terceiro filho do casal.

Generosa, Patrícia sempre colocou a família e os amigos em primeiro lugar. Pelas pessoas próximas, é descrita como alguém alegre e sociável, que fazia amizades com facilidade em todos os lugares que frequentava —da fila do mercado à escola de samba.

O Carnaval, aliás, era uma de suas paixões. Integrantes da Acadêmicos do Tatuapé, desfilou também por outras agremiações este ano.

Aos filhos, sempre dizia para nunca desistir dos sonhos e para manter o sorriso. "Façam faculdade para conseguirem o que quiserem e me deixarem orgulhosa, e trabalhem na profissão que gostam", repetia ela, segundo eles. .

"Patrícia era uma amiga carinhosa e companheira que, mesmo sem posses, se necessário comprava um lanche ou a comida do bandejão [da USP] para alguém. Era esforçada e um exemplo de superação. No início, fazia os trabalhos à mão porque não tinha computador e um ou outro professor não aceitava. Ela nunca desistiu. A Patrícia estava tentando começar a carreira como professora e na segunda-feira iria à escola onde dou aulas", conta o professor Vinícius Pacheco Parise de Lima, 35, um dos amigos.

Patrícia morreu no dia 5 de junho, aos 39 anos. Deixa o marido, André e os filhos Yasmin, Ysabele e Adalailson, além dos pais e de irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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